quinta-feira, 2 de julho de 2009

Terapia de casal e familiar

Psicólogo e Sexólogo Paulo Bonança
http://www.paulobonanca.com/


Terapia familiar, também chamada de terapia de casal ou terapia familiar sistêmica, é um tipo de psicoterapia que se aplica a casais ou famílias, onde os membros possuem algum nível de relacionamento.


A terapia familiar tende a compreender os problemas em termos de sistemas de interação entre os membros de uma família. Desse modo, os relacionamentos familiares são considerados como um fator determinante para a saúde mental e os problemas familiares são vistos mais como um resultado das interações sistêmicas, do que como uma uma característica particular de um indivíduo.


Os terapeutas familiares costumam orientar o seu foco de intervenção mais para o modo como os padrões de interação sustentam um problema, do que propriamente para a identificação das suas causalidades.

Considera-se que a família como um todo é maior do que a soma das partes.


Fonte: Wikipédia

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Sexualidade Feminina


Participação: Psicólogo e Sexólogo Paulo Bonança
Artigo publicado no Jornal O Dia, RIO 15 de Março 2009
Rio - Saber o que excita a mulher na Hora H é o desejo de todo homem. E a resposta pode ser mais ampla do que acredita o Clube do Bolinha. Quer uma dica? Aposte nos filmes.


Especialistas garantem que as mulheres respondem tanto quanto os homens aos estímulos visuais e, por isso, cenas românticas e eróticas podem ser uma boa arma para esquentar ainda mais o relacionamento. É o caso da modelo e atriz Rhavine Chrispim, que interpreta a personagem Bárbara do programa pornô-soft ‘As Pegadoras’, do canal Multishow. “Aquele papo de que revistas, filmes e Internet são apenas excitação para homens, mudou.


As mulheres do século 21 adoram assistir a uma boa cena erótica antes do sexo”, afirma. A bióloga Fabiana Avellar, 38 anos, concorda. “O filme pornô é direto demais, ou seja, muito óbvio para a mulher.


O ideal é ver filmes em que aparece mais a fantasia com o sexo do que o ato em si”, sugere. O psicólogo e sexólogo Paulo Bonança explica que a grande vantagem da mulher em relação ao homem é a flexibilidade para se interessar por uma novidade visual. “As mulheres são mais versáteis do que os homens. Elas respondem a estímulos sexuais diversos, sejam filmes, fotos, sons ou até mesmo sonhos. Elas sempre desejaram ter mais prazer, especialmente com filmes, mas não admitiam devido à repressão social interna e externa”, diz.


Pesquisa recente da Universidade Queen, do Canadá, mostra que a excitação feminina ocorre com mais variedades de cenas do que a do homem. O estudo reuniu 47 mulheres e 44 homens. Todos viram oito filmes curtos sobre sexo, enquanto seus órgãos genitais eram monitorados por sensores que mediam a ereção masculina e a lubrificação feminina.


Foi constatado que mulheres se estimulam com uma gama muito variada de cenas. O estudo sugere que elas são mais flexíveis do que os homens em sua capacidade de se interessar. O universo sexual é rico. Segundo o sexólogo Amaury Mendes Júnior, para os homens a excitação é voltada para algo específico: manter a ereção. Para as mulheres, o processo é muito mais diversificado. “O resultado, na prática, é que a mulher, se bem estimulada, pode ser capaz de ter vários orgasmos, enquanto o homem tem uma fase mais curta de estímulos sexuais”, afirma.


Publicado Jornal O DIA 15.03.2009

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Barebacking cresce no Brasil

Roleta Russa: Barebacking cresce no Brasil e torna-se caso de saúde pública





Participação: Psicólogo e Sexólogo Paulo Bonança http://www.paulobonanca.com/
Artigo de Vagner Fernandes, Publicado no Jornal do Brasil, RIO - Domingo 04 de Janeiro 2009


“Procuram-se HIVs”. Impresso em um caderno de classificados dos jornais das grandes metrópoles, o anúncio não passaria despercebido. Do ponto de vista conceitual, HIV é uma sigla que desperta interesse e hostilidade, fascínio e medo, compaixão e ódio.

Estigmatizada até então como o acrônimo da morte, ela vem ganhando novos contornos etimológicos devido a um grupo de homens que praticam sexo com homens (os HSH), absolutamente crentes na teoria de que o vírus da Aids, se contraído numa relação sexual, pode trazer benefícios para seu cotidiano, libertando-o, de uma vez por todas, do uso do preservativo, aumentando o prazer, proporcionado uma liberdade só experimentada no auge da revolução sexual, na década de 70.

A teoria foi posta em prática. E tem nome: “barebacking” (derivado da palavra barebackers, usada em rodeios para designar os caubóis que montam a cavalo sem sela ou a pêlo).O termo ficou conhecido internacionalmente como uma gíria para o sexo sem camisinha, praticado de preferência em grupo, em festas fechadas, por homens sorodiscordantes (HIVs positivos e negativos).“Coisa de macho”, garantem os adeptos.

O movimento cresce no Brasil, de forma assustadora, e tornou-se uma questão de saúde pública e motivo de preocupação social.O Jornal do Brasil teve passe livre em dois desses encontros, batizados de bare party (festa bare).É a primeira vez que um veículo de comunicação ingressa em reuniões nas quais o leitmotiv, ou fetiche, é praticar sexo com pessoas desconhecidas, que possam, acima de tudo, ser soropositivas. Às cegas, todos são guiados apenas pelo que sentem. E, para facilitar a comunicação, criaram um vocabulário próprio.

Festa da conversão: As orgias são chamadas de conversion parties ou roleta-russa. Entre os convidados, há os bug chasers (caçadores de vírus), o HIV negativo, que se lança ao sexo sem camisinha, e os gift givers (presenteadores), os soropositivos que se dispõem a contaminar um negativo.São esses os responsáveis por entregar o gift (presente), o vírus. Quem participa de encontros bare confirma: o prazer sem barreiras é o que importa. Quanto à Aids, eles não encaram mais a doença como mortal, porém crônica, com tratamento à base do coquetel.A contaminação, portanto, elimina o medo e apresenta uma perspectiva futura da naturalidade do contato pleno.– Sou um barebacker assumido – dispara R. H., 31 anos, geógrafo e cientista social, com pós-graduação nas duas áreas.– Eu odeio camisinha. Acho uma m… É terrível interromper o sexo para colocá-la. Acaba com o meu prazer. No mais, o bare, para mim, é um fetiche. Eu gosto, apesar de ter contraído o vírus da Aids numa festa. Mesmo assim, faria tudo de novo. Não me arrependo.

A declaração aterroriza, preocupa. E só mesmo ingressando no singular mundo dos barebackers para comprovar o que depoimentos, documentários, teses, livros e outros elementos que abordam o tema tentam desvendar ou explicar.Na maioria das vezes, não conseguem. O que se testemunha numa festa bare está além da imaginação humana, supera os delírios e o surrealismo de Fellini em obras como Satyricon, ultrapassa a sordidez e o ceticismo pasoliniano em Saló ou 120 dias de Sodoma. Não há limites.

De verdade.A constatação pôde ser feita em encontros programados para homens de grupos sociais distintos. Na Ipanema da bossa nova, de gente chique “pulverizada” de Dior, Prada, Gucci, Kenzo, Gaultier e Armani, a reunião começa às 22h num casarão de uma das mais movimentadas e conhecidas ruas do bairro.

A mansão, de três andares, é fechada especialmente para a ocasião. O décor é sofisticado. No primeiro pavimento, paredes brancas contrastam com sofás vermelhos. TVs de plasma 42′ exibem clipes de Madonna, Beyoncé, Cher, Christina Aguilera ou filmes com astros e estrelas de Hollywood.

As luminárias brancas rebatem a luz dicróica contra a parede, gerando clima de aconchego, e o bar, com bebidas importadas em sua maioria, está sempre livre. Ninguém fica sobre balcão. Não há tumulto. Claro, é uma festa para pessoas escolhidas a dedo, para poucos, no máximo 60 convidados, informados por e-mail.Há regras, e elas são claras. É condição sine qua non ficar nu ou no, máximo, com uma toalha (cedida pela produção do evento) amarrada na cintura. Quem se recusa é convidado a se retirar.Outra exigência: o sexo tem de ser praticado nos ambientes comuns de convivência. Ou seja, nada de se trancar em banheiro, em cozinha, em quarto. Ali, todos estão para ver e serem vistos.

E o ritual começa na entrada, quando os participantes tiram a roupa e guardam as peças em um armário, trancado com chave numerada. O funcionamento é semelhante ao de termas, masculinas ou femininas.A medida, na verdade, serve para evitar a circulação com dinheiro e cartões de crédito. É precaução.

Os que desejam consumir bebidas ou aperitivos, apenas transmitem ao barman o número assinalado na chave.Os itens são lançados no computador e, no fim da festa, a conta é paga no caixa. O mecanismo lembra o adotado por boates e bares do eixo Rio–São Paulo, com suas tradicionais cartelas de consumação mínima. Só que numa festa bare, a bebida ajuda, os petiscos “fortalecem”, mas não são peças-chave para o divertimento.Circulando pelos outros andares, a prova: na sala de vídeo, um jovem de cerca de 20 anos se entrega ao prazer, cercado por três homens.Nenhum deles usa preservativo. A cena é chocante.

O rodízio de papéis, durante o ato sexual, é comum nessas festas. Faz parte do jogo. O quarteto não frustra as expectativas dos voyeurs reunidos na porta da sala.Como “astros do sexo”, diante de câmeras e de uma equipe de produção, atuam com vontade em uma performance longa, nada convencional, sem limites. Quem se propõe a ficar sob os holofotes sabe o risco que corre.Mas é a sensação de perceber a adrenalina disparar e o coração bater aceleradamente devido ao unsafe sex (sexo inseguro) sem pudores e em público que os impulsiona.

Um deles podia ser gift giver e os outros bug chasers. Ou vice-versa. A probabilidade de o gift (o vírus) estar ali, entre eles, era grande. Ninguém se importava.Quando terminou a primeira das muitas rodadas de sexo, o boy toy lover (brinquedo sexual) do trio foi jogar paciência em um dos quatro computadores, com internet liberada, instalados no segundo andar.– As pessoas perdem a noção do perigo em busca do prazer – explica Jorge Eurico Ribeiro, 40 anos, coordenador de Estudos Clínicos da Fiocruz.– E o conceito de barebacking se perdeu.

Originária da Califórnia, a proposta é a de festas em que um ou mais participantes, sabidamente positivos, são convocados por um produtor para praticar sexo com os convidados sem o uso de preservativos. Todos têm ciência de que, na reunião, há portadores de HIV. O fetiche consiste exatamente na possibilidade de contrair ou não o vírus.

Só que, atualmente, há quem acredite que as festas bare são simplesmente um evento para o sexo sem camisinha com participantes negativos, o que é um grande equívoco.Ribeiro analisa que os barebackers que não apresentam o raciocínio da conversão imaginam, de fato, que, uma vez soronegativos, se limitarem seus relacionamentos com pessoas igualmente soronegativas, estarão fora do risco.

Definitivamente não estão.Há o espaço de tempo de variável (conhecido como janela imunológica) em que um indivíduo já contaminado pelo HIV pode ter resultados de exames laboratoriais de soronegatividade, ou seja, resultados falso-negativos. Testes HIV não são tão matemáticos como se supõe.

No Brasil, o obscuro universo do barebacking é pouco discutido publicamente por especialistas em sexualidade humana. Ainda não há estudo com precisão estatística sobre o número de praticantes, independente de orientação sexual.No entanto, os relatórios do Ministério da Saúde com dados de infectados pelo HIV, de 1980 a junho de 2008, dão a pista. Os casos acumulados de Aids no país nesse período foram 506.499. Desses, 333.485 (66%) são homens e 172.995 (34%), mulheres. Em 2007, registraram-se 33.689 novos portadores.Homo, bi ou hetero, todos praticaram sexo sem camisinha.

A irresponsabilidade tem preço. E alto. Dos cofres públicos do governo federal saem cerca de R$ 1 bilhão por ano para tratamento exclusivo de soropositivos. Um paciente consome de R$ 5.300 a R$ 26.700 por ano. Cerca de 20 mil pessoas infectadas iniciam tratamento com anti-retrovirais no país, anualmente.– Sinceramente, não me preocupo com essa questão e nem me sinto culpado. Não estou nem aí em ser um ônus para o governo – enfatiza R. H.O Federal Health Research (centro de pesquisas de saúde), órgão governamental americano, divulgou recentemente a informação de que muitos homens com comportamento homossexual, bem como agentes de prevenção contra o HIV, confirmaram que a prática de sexo inseguro está se tornando cada vez mais comum.

Um estudo com 554 homens assumidamente homo ou bissexuais, residentes na Califórnia, apontou que 70% estavam familiarizados com o termo barebacking e que 14% já o haviam praticado, muitos em relacionamentos extraconjugais.De acordo com a pesquisa, dos homens HIV positivos que participaram do estudo, 22% declararam ser barebackers e 10% dos negativos também tinham feito sexo inseguro nos últimos dois anos.Não há informações sobre qual o número de pessoas em geral (homo, bi ou hetero) que pratica sexo inseguro nem sobre que motivos as levariam à auto-exposição.Interesse dos jovensNas principais metrópoles, o fenômeno tem chamado a atenção de jovens. Comunidades sobre o tema se espalham por sites de relacionamento como o Orkut.

No Rio e em São Paulo, a adesão ganha força.Na indústria pornô, os filmes bare são os mais procurados. No YouTube, as postagens com cenas de sexo sem o uso de preservativos lideram o ranking das mais assistidas. Muitos dos que não praticam ou não têm coragem para fazê-lo buscam o prazer lançando mão de DVDs ou de vídeos na internet. O conceito de barebacking se dissemina.–

Colocar-se frente à possibilidade de contágio do HIV por meio do barebacking traz motivações psicológicas que podem ir do sadismo ao masoquismo. A possibilidade de uma relação sexual mais livre, com maior contato íntimo e afetivo pode estar encobrindo uma caráter suicida – avalia Paulo Bonança, sexólogo e psicólogo, membro da Sociedade Brasileira de Estudos da Sexualidade Humana e da Associação Brasileira para o Estudo da Inadequação Sexual.

Risco assumidoHIV positivo, o administrador T.W., 45 anos, ratifica a análise de Bonança. Para ele, os adeptos do movimento sabem os riscos da superexposição e, alguns, ressalta, desejam o contágio conscientemente:– Quem pratica sexo sem preservativo não pode ser considerado ingênuo.

Tenho um amigo casado com soropositivo. Ele pediu ao parceiro que o contaminasse. Disse que era por solidariedade, mas acho que é masoquismo.As observações de Bonança e T.W. foram comprovadas pelo JB em outra festa com a mesma proposta. Dessa vez, na Zona Oeste, a mais de 60 km da reunião em Ipanema.

O encontro, realizado mensalmente em um sítio, é batizado de Vale Tudo e está em sua 17ª edição. De sunga, de cueca ou nus, exigência para entrar, os participantes se divertem ao som de funk. Dos inocentes à la Perlla aos proibidões, compostos pela “galera da comunidade”. Agora não há TVs de plasma, luz ambiente, bebidas ou petiscos sofisticados. Computador?Nem pensar. É uma zona praticamente rural.

O bar improvisado oferece cerveja em latão, sopa de ervilha, salsichão na brasa, batata frita na hora e campari. O sexo, claro, também é praticado sem timidez.Na varanda do casarão, na sala, nos quartos, na piscina, na grama. O produtor avisa, na entrada, que os preservativos estão disponíveis.Percebe-se o zelo pela prevenção. A maioria, no entanto, dispensa, sobretudo em se tratando de sexo oral.

As situações são muito parecidas com as da festa na Zona Sul. Geralmente, dois dão o sinal verde e, em poucos instantes, como num formigueiro, três, quatro, cinco ou dez estão reunidos em busca do prazer.Há um ano e meio, Igor (codinome de J.C., 42 anos, professor dos ensinos fundamental e médio) produz em sociedade com Renato (A.F, 40 anos, militar), a Vale Tudo.Garante que o encontro não incentiva o bare, é freqüentado só por maiores e que o uso de drogas é proibido.

Esses são dois de cerca de 20 itens de uma espécie de manual enviado por e-mail aos convidados.Ainda está registrado na mensagem:- Sexo liberal entre todos. A formação de casais ou grupinhos é censurada. Estamos numa orgia e não num consultório matrimonial.– Menor, cocaína, ecstasy, crack, maconha ou qualquer outra droga são vetados. Mas sempre há os que usam discretamente. Como posso controlar o que os convidados fazem? Se eu vir, peço que se retirem. Mas não vou colocar seguranças. Isso desconfiguraria a proposta da festa.

São adultos. Cada um é responsável por seus atos – frisa Igor.Mesmo sem ser em orgia, quem não usa proteção é ‘barebacker’A prática do sexo sem o uso de preservativo continua a conquistar novos adeptos. As campanhas milionárias do Ministério da Saúde sobre o tema não têm sido lá tão eficazes como deveriam.

E apesar do conceito de barebacking estar associado a orgias freqüentadas por homens que praticam sexo com homens, qualquer pessoa, independentemente de orientação sexual, que busca o prazer sem lançar mão de camisinha é um barebacker.Também corre o risco de ser infectado, ainda que não seja um participante assíduo das conversion parties, as polêmicas e inconseqüentes festas de roleta-russa, nas quais os convidados brincam com a possibilidade de contrair o vírus HIV.- Como expliquei, a conceituação de barebacking se transformou ao longo dos anos – ressalta Jorge Eurico Ribeiro, coordenador de Estudos Clínicos da Fiocruz.– Todos os que praticam sexo sem preservativo, seja homo, bissexual ou hetero, podem ser considerados, atualmente, um bare.

Risco permanenteRibeiro destaca a necessidade de de todos os que se lançam ao sexo sem camisinhas refletir sobre o polêmico tema e as conseqüências da prática. Os familiarizados com o termo e o movimento partem para o simples “sou contra” ou “sou a favor”, estabelecendo-se, assim, dois lados que se mostram inconciliáveis justamente pela falta de consenso sobre a inconseqüência com que muitos homens praticam o unsafe sex. A discussão vai além.- É importante se informar, pensar e decidir o que se pretende com isso.

Ter uma vida saudável passa longe do exercício do bare. A decisão, claro, é exclusivamente pessoal. Da mesma forma que escolheram a orientação sexual, podem assim decidir o que fazer com o próprio corpo - assinalaNúmeros divulgados pelo Ministério da Saúde sedimentam a análise do pesquisador. Em 1996, no Brasil, o índice de heterossexuais com mais de 13 anos contaminados pelo HIV era da ordem de 22,4% do total de 16.938 infectados.Até junho deste ano, esse percentual saltou para 45,7%. Entre os homo/bissexuais houve uma redução de 32,5% (em 1996) para 27,4% (junho de 2008).Preço mais altoGaroto de programa desde 2005, Gabriel Chaves, 22 anos, afirma ser heterossexual e ter namorada. Mas assume que, quando um cliente oferece um valor maior do que o cachê estabelecido para praticar sexo sem preservativo, não pensa duas vezes:– Tem uns que dobram ou triplicam o valor. Eu não tenho como recusar. Com mulher também é assim.

Há homens que pagam mais para transar com elas no pêlo. É um risco, mas eu, por exemplo, procuro conversar antes e, aos poucos, perceber a qualidade do cliente – conta.Gabriel não foge à regra dos barebackers e poderá fazer parte da estatística no futuro. Embora se autodenomine heterossexual, integra o grupo HSH (Homens que praticam sexo com Homens).Há 12 anos, o percentual de HSHs infectados era de 24%.

Uma década depois, em 2006, eles já somavam 41% do total de soropositivos naquele ano.Aumento dos índicesEm 2004, a Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas Sexuais do Ministério da Saúde apontou que o índice estimado de HSHs no Brasil, entre 15 a 49 anos, era da ordem de 3,2 % da população, ou cerca de 1,5 milhão de pessoas.A partir dessa base populacional, a pesquisa calculou a taxa de incidência da Aids nesse grupo. Foram constatados 226,5 casos para cada 100 mil pessoas.

Esse índice é 11 vezes maior do que o da taxa da população geral (de heteros), que é de 19,5 casos por grupo de 100 mil.O crescimento no número de casos, sobretudo entre os homens, está relacionado ao fato de que toda uma geração, que jamais havia tido contato direto com a Aids, atingiu uma faixa etária sexualmente ativa. Bombardeados por campanhas em favor do uso do preservativo, acabaram desenvolvendo uma certa “imunidade” a elas, crendo que a doença não é um “bicho tão feito quanto pintam”.

Quando remédio é desculpa para ficar doenteDifundida principalmente nos Estados Unidos (Califórnia, em primeiro lugar) e na Europa, a prática do barebacking é polêmica.Os adeptos do bare alegam que, em função dos avanços atuais relacionados ao tratamento anti-HIV e à facilidade de acesso a ele, caso sejam contaminados não perderão em qualidade de vida.- Temos os anti-retrovirais, medicamentos que inibem a reprodução do vírus e potencializam o sistema imunológico. Isso impede o surgimento de enfermidades oportunistas (Aids) - ressaltam.

Eles ainda defendem como ponto positivo para não abrir mão da prática o fato de a ansiedade e a angústia frente ao possível contágio pelo HIV desaparecerem, assim que se descobrem soropositivos. Isso é sinônimo de libertação, pois que o uso do preservativo passa a ser descartado.O barebacker está à procura da relação sexual mais livre, com maior contato íntimo e afetivo.

As conseqüências, no entanto, relacionadas à prática nem sempre se traduzem de forma positiva, como supõem seus praticantes. Anti-retrovirais não são os únicos responsáveis pela qualidade de vida de um HIV.Quando expostos, de forma freqüente, a relações de alto risco, os soropositivos podem sofrer o que se chama de “recontágio”, uma nova contaminação, acarretando aumento da carga viral e desencadeamento de queda de imunidade e sintomas.

Além disso, têm grande chance de contrair outras DSTs, tais com sífilis. Isso, certamente, dificultará o tratamento.“Montar a pêlo”, a tradução literal para barebacking, seria uma lenda urbana se não houvesse comprovação real da prática.A terrível tendência de comportamento existe. Há, de fato, homens, na maioria homossexuais, que querem ser infectados pelo HIV e outros que têm o prazer de ajudá-los a tornar esse desejo realidade.

Psicólogos, antropólogos e sociólogos teorizam sobre distúrbios de comportamento ou disfunção social. Para o resto do mundo, não passam de estúpidos ou patéticos.

Paulo Bonança C.R.P 05-30190Psicólogo e SexólogoDiplomado em Sexualidade Humana pela Universidade Diego Portales- Chile-
Autor da Tese “A AIDS entre os homossexuais; A confissão da soropositividade ao interior da família”.
Membro da SBRASH: Sociedade Brasileira de Estudos da Sexualidade Humana
Membro da ABEIS: Associação Brasileira para o Estudo da Inadequação Sexual
Consultório Rio de Janeiro, Copacabana
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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Homoerotismo feminino e visibilidade social



Homoerotismo feminino e visibilidade social
Autor: Paulo Bonanca Psicologo e Sexologo
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A luta das mulheres por seus direitos, independência e autonomia faz parte de um processo histórico digno de estudos e teorias. Através da historia mulheres fortes, valentes e destemidas enfrentaram e ainda enfrentam a discriminação e o preconceito.
Tópicos como: violência, abuso sexual, liberdade reprodutiva, orientação e assédio sexual hoje transcendem as cátedras universitárias e se perfilam como temas de abrangência social.
Matérias polêmicas - antes tratadas como temas distantes dos espaços de atuação social - começam a ser vistas em espaços de direito ocupados pela sociedade civil organizada e trabalhadas desde uma ótica mais ampla, direcionada para temáticas e relações mais íntimas, vinculadas ao corpo e aos afetos.
Estes processos de apoderamento e reivindicação visibilizam os espaços e os instrumentos de poder que influenciam a determinação do sujeito, sua sexualidade, sua moral e seus desejos.

A luta dos movimentos que reivindicam a visibilidade da mulher de orientação sexual homolésbica enfrenta hoje uma dupla batalha: uma frente à sociedade patriarcal, determinista, estruturalista, centrada na figura da dona de casa submissa ao esposo, mãe dedicada , despojada de autonomia econômica e liderança social. A outra dificuldade dessas mulheres - que lutam por seus direitos ao amor e ao afeto -, é encontrar apoio e solidariedade junto a outros que lutam por direitos semelhantes, e que levam a mesma bandeira colorida do arco-íris como símbolo de unidade e diversidade.

O processo de visibilidade das mulheres trás consigo a necessidade social de uma análise dos discursos e das práticas em todos os níveis. Os dogmatismos sexuais devem ser expostos, apontados, trabalhados e mobilizados para que a visibilidade seja plena, não somente na área pública, mais sim na sua representação mais importante; a que cada sujeito leva dentro de si, em seus atos e não somente em suas palavras.

Paulo Bonança C.R.P 05-30190
Psicólogo e Sexólogo
Diplomado em Sexualidade Humana pela Universidade Diego Portales- Chile-
Autor da Tese “A AIDS entre os homossexuais; A confissão da soropositividade ao interior da família”.
Membro da SBRASH: Sociedade Brasileira de Estudos da Sexualidade Humana
Membro da ABEIS: Associação Brasileira para o Estudo da Inadequação Sexual
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Psicoterapeuta e a causa GLS



Indicações para a busca de um psicoterapeuta sintonizado com a causa GLS
Autor: Paulo Bonanca Psicologo e Sexologo
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Como uma reação frente ao preconceito social, no meio GLS esta se tornando comum, a prática de buscar um terapeuta sintonizado com as necessidades dos seus membros, sejam elas individuais ou grupais.

A busca de um profissional que aceite e acolha a orientação, a prática sexual e o objeto erótico-afetivo do cidadão (ã), GLS como uma expressão da capacidade afetiva dos seres humanos, ou uma expressão natural dos desejos, é fundamental para que ele não se encontre na difícil situação de ser discriminado por este profissional, ou seja, que reedite em seu trabalho o discurso homofóbico social.

Quando trago o tema da “psicoterapia” ou “terapia para gays”, não estou colocando em discussão a homossexualidade ou bissexualidade como causa de transtornos psicopatológicos, já que independente do objeto de desejo, qualquer pessoa poderá apresentar em um determinado momento de sua vida dificuldades em seus relacionamentos, com sua auto-estima, auto-imagem ou outros problemas emocionais e afetivos.

Nos Estados Unidos a APA (Associação Americana de Psicologia), divulgou uma lista com alguns critérios que devem ser observados pelo publico GLS no momento de buscar apoio psicológico. Devido às diferenças culturais, não sou a favor de nenhum tipo de tradução por mais bem intencionadas que sejam, mas enfim, abaixo seguem alguns itens, use seu próprio critério e assertividade.

Com respeito à figura do terapeuta a associação americana recomenda:

Ø Que o psicólogo respeite e valorize como positivos os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo.

Ø Que o psicólogo seja consciente das dificuldades que os membros do grupo GLS enfrentam devido ao estigma social, a violência física e a homofobia, e que estas dificuldades podem colocar em risco o bem-estar e a saúde mental deles.

Ø Que para o psicólogo, a orientação sexual de tipo homossexual ou bissexual não configura indicadores de enfermidade mental.

Ø Que o psicólogo seja consciente de suas próprias dificuldades, limitações e preconceitos, e que esteja sempre alerta frente à possibilidade de atuar frente ao paciente.

Ø Que a homofobia social é um fator relevante na auto-estima e na autopercepção do paciente, e podem afetar a forma com que ele chega a terapia, assim como o processo terapêutico

Ø Que o conceito de casal e família do psicólogo seja amplo, e não restrito a duas pessoas de sexo oposto.

Ø Que a revelação da orientação sexual pode vir a ter um impacto negativo na relação do individuo com sua família, compreendendo as possíveis dificuldades que podem surgir tanto para o individuo que informa quanto para os familiares.

Como saber se o psicólogo tem as características mencionadas anteriormente?

Em caso de necessitar apoio psicológico e não conhecer um profissional que trabalhe o homoerotismo de modo afirmativo, as ONG’s, revistas e jornais gays podem ser uma valiosa fonte de informação, assim como amigos que estão/estiveram em processo terapêutico também pode ser de boa valia.

Caso não tenha a quem perguntar, utilize os itens mencionados anteriormente, transforme-os em perguntas. Não tenha medo de perguntar, seja franco e honesto com você mesmo e com as suas necessidades e não aceite menos por parte do psicólogo.

Paulo Bonança C.R.P 05-30190
Psicólogo e Sexólogo
Diplomado em Sexualidade Humana pela Universidade Diego Portales- Chile-
Autor da Tese “A AIDS entre os homossexuais; A confissão da soropositividade ao interior da família”.
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HIV-AIDS





HIV-AIDS


Autor: Paulo Bonanca Psicologo e Sexologo
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A Aids, “Síndrome de Imunodeficiência Adquirida” do inglês Acquired Immuno Deficiency Syndrome, e considerada pela Organização Mundial da Saúde uma enfermidade de caráter epidêmico, e ate o momento não foi encontrada uma vacina eficaz para o seu tratamento. A Aids é o resultado da infecções do organismo pelo vírus HIV, ele afeta o sistema imunológico que perde sua eficiência progressivamente abrindo caminho para infecções oportunistas e certos tipos de câncer. Em sistesis, a Aids e um conjunto de signos e sintomas que advertem a etapa mais avançada da infecção pelo HIV.

A origem do vírus HIV “Vírus da Imunodeficiência Humana”, ainda e incerta, mas sua propagação teve inicio anos antes do surgimento dos primeiros casos devidamente registrados como tal. Como os sintomas da AIDS podem demorar anos em aparecer, neste espaço de tempo ele pode ser transmitido a outras pessoas, sem que o soropositivo, pessoa que vive com o vírus HIV, este consciente de seu estado de saúde.

O primeiro diagnostico de infecções oportunistas decorrentes do HIV foi publicado em junho de 1981 no boletim do Centro de Controle de Doenças na cidade de Atlânta nos Estados Unidos. Em 1983 o Instituto Pasteur da Franca e o instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos isolaram o vírus dando inicio a pesquisas que permitiram em 1996 o surgimento da terapias anti-retrovirais, mais conhecidas como “coquetel”. O eficácia destes novos medicamentos resultou em uma diminuição de 80% dos casos de internação hospitalar e diminuiu significativamente o numero de óbitos.

Os medicamentos a disposição das pessoas portadoras do vírus HIV si por um lado tem conseguido diminuir a incidência das infecções oportunistas, por outro, ainda não são capazes de eliminar-lo do organismo .A AIDS ainda não tem cura, a informação e a prevenção ainda são as melhores armas contra o vírus, mais a informação não é tudo, é necessário fazer uso dela e encarar o HIV de maneira responsável . Existe um mundo de diferença entre o que eu sei, e o que eu faço.

Paulo Bonança C.R.P 05-30190
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Autor da Tese “A AIDS entre os homossexuais; A confissão da soropositividade ao interior da família”.
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Dark-Room: Vamos acender a luz?



Dark-Room: Vamos acender a luz?

Autor: Paulo Bonanca Psicologo e Sexologo

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....Quarto escuro, corpos desnudos ou quase, sussurros, mãos, pernas, bocas, pênis, sujeitos incógnitos, braços e abraços, beijos, sexo oral, anal, grupal. A situação privilegia o tato, a visão é descartada, vale o prazer sem limite, um , dois, três, quatro.... enfim, viemos para isto e não para outra coisa, façamos sem barreiras, limitações, juízos de valor ou repressões, afinal é imaginar que somos atores/personagens do teatro do desejo, encenando a peça: “nos domínios do baú do porão”....

Todos internamente levamos necessidades e desejos a serem satisfeitos, que necessitam ser atuados, praticados, precisam entrar no campo de possibilidades. Algumas destas necessidades e desejos além do prazer geram medo, susto, raiva, taquicardia, despertam angustia. Ser sexualmente visível, 100% presente, real, completo também é ser alvo de avaliações, preconceitos, padrões estéticos, além da possibilidade de ter o desempenho sexualmente avaliado. Uma solução? Refugiar-se no escuro, guardar-se no baú fechado e escondido no porão do seu ser ou de alguma sauna ou local noturno.

Poder ver o baú, poder olhar a si mesmo e o outro de frente é vencer o medo, enfrentar a fatalidade temida, é sair da negação. A negação é um grande incentivo a fazer o que se teme, é desviar do caminho mas subjetivamente, continuar trilhando no mapa. A morte, a doença, a falta de afeto, a solidão, o medo à rejeição e a discriminação entre outros são partes do escuro. Esconde-se no escuro, mas o escuro é o domínio do baú do porão; e aí está a ambivalência. É no escuro do quarto que se atua o que assusta, lá onde todos são incógnitos se encontram consigo mesmo e com os seus fantasmas, formas sem nome, sem identidade ou cobranças.

Será que o sexo revoga a sexualidade? Ou é o anonimato que dá força e permite atuar o desejo? Permite-se somente o anonimato ou também ser visto e acima de tudo ver o seu reflexo nos olhos do outro? Existem outros modos de satisfação ou o anonimato se tornou uma camisa de força, uma prisão, os olhos que não vêem negam as mãos e os dedos que apontam? Para chegar ao baú é necessário descer ao porão, simbólicamente ir para trás, controlar a ansiedade, cada degrau que se desce é um encontro consigo mesmo, disfarçado mas reconhecido, a marca esta lá, em cada um deles, as necessidades e os desejos negados subindo os degraus, escapando do porão, fugindo do baú.

A natureza do impulso assusta e a ansiedade aumenta. Abrir ou não abrir, olhar ou não olhar? E então, vamos acender a luz?

Paulo Bonança C.R.P 05-30190
Psicólogo e Sexólogo
Diplomado em Sexualidade Humana pela Universidade Diego Portales- Chile- Autor da Tese “A AIDS entre os homossexuais; A confissão da soropositividade ao interior da família”.
Membro da SBRASH: Sociedade Brasileira de Estudos da Sexualidade Humana
Membro da ABEIS: Associação Brasileira para o Estudo da Inadequação Sexual
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