quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Cuidando de Alguém com Aids













Um dos melhores lugares para se cuidar de uma pessoa com aids é a própria casa, onde se encontram os que lhe podem dar carinho e dedicação.
Ao contrário do que se pensava no início da epidemia, a maioria das pessoas com aids, atualmente, pode ter uma vida ativa por períodos prolongados. Na realidade, uma pessoa com aids não tem necessidade de hospitalização na maior parte do tempo, freqüentemente se recupera da maioria das doenças com mais rapidez e comodidade em casa, com o apoio de seus amigos e pessoas queridas. Além disso, os cuidados em casa podem reduzir a tensão e os custos da hospitalização.


As pessoas com aids são afetadas pela doença de maneiras diferentes e em diferentes graus de gravidade. Você pode se manter informado pelo médico ou enfermeiro da pessoa de quem está cuidando sobre a intensidade e o tipo de cuidados que ela necessita. Com freqüência, uma das coisas que a pessoa com aids mais encontra dificuldade é continuar sua rotina diária, como fazer compras, receber e responder correspondências, pagar contas e pôr em ordem sua casa. Estas são algumas das tarefas onde você pode ter um papel importante.


O QUE VOCÊ PRECISARÁ FAZER?

Se você se propõe a cuidar de uma pessoa com aids em casa, terá que ter um plano de cuidados domiciliares detalhado, que deverá constar de orientações dos profissionais que fazem seu acompanhamento. Procure a equipe - médico, psicólogo, enfermeiro, assistente social e outros profissionais que sejam necessários - e ouça o que cada um tem a dizer. As instruções devem ser claras e escritas, tanto em relação aos procedimentos na casa, quanto aos possíveis contatos em caso de uma emergência.

Prepare-se para manter informada a equipe sobre mudanças que venham a ocorrer na saúde ou no comportamento da pessoa. Por exemplo, tosse, febre, diarréia ou confusão mental podem indicar uma complicação que requeira uma intervenção imediata ou uma internação. O médico, da mesma forma, lhe informará quais as possíveis alterações no estado da pessoa, indicadores de que os cuidados em casa já não são a melhor opção no momento

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COMO PROPORCIONAR APOIO EMOCIONAL AS PESSOAS COM AIDS

É importante pensar acerca do bem-estar emocional da pessoa que está sob seus cuidados. Como as necessidades emocionais de cada pessoa são diferentes, não existe um enfoque aplicável para todos. Aqui há algumas sugestões baseadas na observação das principais dificuldades encontradas pelas pessoas com aids.
  • Estimule a pessoa com aids a se preocupar com o próprio cuidado, a estabelecer um programa e a tomar decisões sempre que for possível.
  • Não evite a pessoa com aids. Inclua-a nas atividades pelas quais ela se interessar. Você não precisa falar constantemente: sua companhia pode ser mais importante. O mero fato de você estar presente enquanto lê ou vê televisão pode ser apreciado. Dê-lhe tempo para a tranqüilidade: como todo mundo, a pessoa doente sente raiva, frustração e depressão.
Não tema falar da doença. Freqüentemente, a pessoa com aids precisa falar da sua doença para pôr em ordem o que lhe está acontecendo. Se ela desejar, oriente-lhe como proceder para receber apoio psicológico profissional.


Algumas doenças podem causar lesões cerebrais e distúrbios que incluem, desde falta de clareza para raciocinar, até mudanças na afetividade e no humor. A pessoa com aids pode se apresentar confusa, com dificuldades de movimentação, de concentração, com lentidão para falar e pensar. Pode não estar completamente alerta, perder o interesse pelo seu trabalho e por outras atividades, e ter atitudes imprevisíveis ou exageradas. São problemas que podem perturbar tanto a própria pessoa, quanto os que a cercam, às vezes, dificultando a manutenção da rotina de cuidados e demandando intervenções médicas claras.


COMO A AIDS SE TRANSMITE E COMO VOCÊ PODE EVITÁ-LA
É importante que você tenha clareza de que o HIV não se transmite pelo contato social cotidiano, como pela respiração, objetos (como pratos, talheres), alimentos, assentos de sanitários ou insetos.
Entre os profissionais de saúde que se acidentaram com agulhas usadas em pacientes com HIV ou com seu sangue sobre mucosas ou pele com feridas, o risco de infecção é muito baixo (menos de 0,5%), logo, há certas precauções simples que podem reduzí-lo ainda mais.


Usar luvas quando tiver que entrar em contato com o sangue, vômito, urina ou fezes do paciente, como na situação de promover sua higiene, ou de limpar objetos que contenham esse material, é uma forma de evitar outros germes, pois não se tem registro de que o contato com a pele sã dê lugar à infecção pelo HIV.
Pode-se utilizar dois tipos de luvas, dependendo da tarefa. Quando você der cuidados de enfermagem, como puncionar uma veia ou fizer a higiene, deve usar luvas descartáveis que, como diz o nome, não devem ser utilizadas outra vez. Para as tarefas de limpar objetos com fluidos corporais, as luvas podem ser de borracha, caseiras, e lavadas após seu uso. Assegure-se do bom estado das luvas.
Retire o sangue das superfícies e dos recipientes que contenham sangue, fezes, etc, com água e sabão, e depois desinfete com solução normalmente utilizada na limpeza ou com uma solução de água sanitária e água.


Ter cuidado ao manipular as agulhas e não as reencapar novamente com as mãos, não as retirar da seringa depois de usadas, não as quebrar, ou dobrar.
Quando estiver manipulando uma seringa com agulha já usada, segure no corpo da seringa e deixe-a cair com cuidado em recipiente à prova de espetadas. O serviço que presta assistência ao paciente deve oferecer um recipiente específico, mas se isso não acontecer, use, por exemplo, uma lata de leite em pó contendo solução de água sanitária, por exemplo.
Mantenha o recipiente no cômodo da casa onde se guardam e utilizam as agulhas e seringas, mas em local seguro e fora do alcance de crianças. Procure descartar o recipiente antes que se encha de agulhas. Peça informações detalhadas à equipe médica em relação à forma e local de descartar esse material.


No caso de acidente com agulha ou outro objeto cortante que entrou em contato com sangue da pessoa com HIV, lave profundamente o local com água e sabão, e faça logo contato com seu médico para orientação.
As roupas usadas pela pessoa doente com aids devem ser lavadas como as de todo mundo. A presença de sangue, sêmen ou secreção vaginal nas roupas não podem fazer nada além de manchá-las.
Uma pessoa com aids não precisa e não deve ter seus pratos ou talheres separados, nem esses objetos requerem métodos especiais de limpeza, devendo ser lavados de forma normal, com sabão ou detergente.


Uma pessoa com aids pode cozinhar para os outros sem restrições. Lavar as mãos antes de começar a preparação dos alimentos é uma boa idéia para quem cozinha.
Uma pessoa com aids não deve compartilhar aparelhos de barbear ou escovas de dentes, porque tais objetos podem causar sangramento, embora, ainda, não se tenha confirmado nenhum caso de transmissão por essa via.
Jogue no vaso sanitário todos os dejetos líquidos que contenham sangue. Lenços de papel e similares que apresentem sangue, sêmen, etc., podem ser descartados no vaso sanitário, enquanto fraldas, absorventes e gazes que contenham o mesmo material, para não entupirem o vaso, devem ser colocados em saco plástico e jogados no lixo. Como há regulamentações sobre o lixo, consulte a equipe de saúde para certificar-se de seu cumprimento.


COMO PROTEGER AS PESSOAS COM AIDS CONTRA INFECÇÕES


Há situações que podem ser prevenidas em caso de exposição inevitável, como, por exemplo, uma pessoa com aids é visitada por alguém que, logo após, se descobre com sarampo. Há, logo nas primeiras horas após o contato, a possibilidade de um tratamento que pode ajudar a evitar que o sarampo se desenvolva. Isto é muito importante, principalmente, no caso das crianças com aids.
Há vacinas do calendário oficial de vacinação que podem e devem ser administradas a crianças com HIV/aids, como a Tríplice (difteria, tétano e coqueluche) e MMR (sarampo, caxumba e rubéola). No entanto, crianças e adultos sintomáticos não devem receber BCG (vacina contra a tuberculose) intradérmica, nem a vacina oral contra a Poliomielite (Sabin), que deverá ser substituída pela Salk (injetável). A vacina Sabin deve ser contra-indicada até mesmo para pessoas que tenham contato domiciliar com crianças HIV+.


A varicela, ou catapora, é uma doença produzida por um vírus, e pode ser muito grave para as pessoas com HIV/aids. Quando a pessoa já teve a doença, provavelmente, não volta a contraí-la, mas, de qualquer forma algumas precauções devem ser tomadas para todos:
  • uma pessoa com varicela não pode estar no mesmo quarto que alguém com aids, até que todas as lesões da pele estejam cicatrizadas, com crostas ("casquinha").
  • uma pessoa com herpes Zoster tem esta mesma restrição, pois o herpes Zoster é o mesmo vírus da varicela e se transmite da mesma forma. No entanto, como o herpes Zoster é mais localizado do que a varicela, se o contato for inevitável, as lesões devem ser completamente cobertas e as mãos cuidadosamente lavadas para evitar a transmissão à pessoa com aids.
  • se, ainda assim, houver exposição da pessoa com HIV/aids a alguém com varicela ou herpes Zoster, há um tratamento, em forma de soro, que pode evitar complicações, se administrado rapidamente.
Há animais domésticos que podem transmitir infecções, o que não impede que as pessoas com aids os tenham em casa e cuidem deles. No entanto, é preciso observar muitos cuidados com a limpeza das mãos após o contato com os dejetos, assim como cuidados com a manutenção da higiene do próprio animal. É importante que mesmo os animais aparentemente saudáveis sejam avaliados periodicamente pelo veterinário.
A alimentação da pessoa com aids pode, virtualmente, ser igual a de qualquer pessoa, mas não custa lembrar algumas regras que também devem ser usadas por qualquer pessoa:
  • evitar o leite cru (não pasteurizado).
  • carnes em geral devem ser comidas bem cozidas assadas ou grelhadas.
  • frutas e legumes crus devem ser muito bem lavados, podendo ficar imersos em água com vinagre, numa bacia, durante meia hora, até serem servidos.
  • lavar bem as mãos antes de manipular qualquer alimento, assim como quando passar de um alimento ao outro.
  • lavar, também, todos os utensílios quando passar de um alimento ao outro.
  • evitar o contato de caldos alimentícios não cozidos (sangue das carnes, água de frutos do mar) com outros alimentos.
  • usar tábuas de plástico para cortar os alimentos, por ser o plástico mais fácil de limpar.
OUTROS CUIDADOS


É muito importante que a pessoa com aids receba atenção e cuidados, mas estes devem ser proporcionais às suas limitações, porque faz parte do tratamento, o estímulo à independência.
Uma das situações em que há que se prestar a maior atenção é o respeito aos horários dos medicamentos. Hoje, com o advento do "coquetel", que vem recuperando grande parte dos doentes com aids, dando espaço a novos projetos, surge o risco, também crescente, do surgimento de vírus resistentes aos medicamentos do "coquetel". Para reduzir isso, os remédios anti-retrovirais devem ser tomados respeitando rigorosamente a dose e os intervalos de tempo indicados na receita médica, bem como as exigências de hidratação e alimentação relacionadas a algumas destas medicações.


Caso a pessoa não esteja tolerando essa carga de medicamentos, com vômitos, dores de estômago, cólicas ou alergia, é imprescindível o contato com o médico. Não se deve suspender qualquer medicação sem consulta médica, sob risco de ter outro episódio de nova infecção ou recaída de alguma já tratada anteriormente.
A pessoa com aids deve visitar o oftalmologista para realização de exame de fundo de olho em cada quatro a seis meses, se não tiver sentindo nenhuma alteração na visão. Mas diante da mínima diferença, deve comunicar imediatamente o seu médico, para realizar exame especializado o quanto antes. A infecção por CMV no olho não pode ser previnida, mas a sua gravidade vai ser tanto menor quanto mais rapidamente for tratada. Já existem alguns medicamentos para CMV disponíveis no mercado, apesar de apenas um ser distribuído na rede pública de saúde, o que significa que CMV no olho não é mais sinônimo de cegueira.


A falta de algum dos medicamentos prescritos, no serviço de saúde, deve ser comunicada ao seu médico que prescreveu, para que se saiba da possibilidade de substituição e da urgência em adquirí-lo.


Pelo fato de a aids ser um conjunto de possíveis doenças, a repetição de um sintoma não significa, obrigatoriamente, a mesma doença. Portanto, a automedicação deve ser evitada e o médico assistente, sempre comunicado do aparecimento de qualquer sintoma, mesmo que leve.



Qualquer sintoma, mesmo que pareça não pertencer à alçada do infectologista ou clínico que está acompanhando o tratamento, deve ser citado. Por exemplo, muitas vezes, quadros depressivos podem esconder algum problema neurológico e, mesmo não sendo esse o caso, há diversos serviços, gratuitos ou não, que oferecem psicoterapia, se for o caso.
Fonte: http://www.salves.com.br/virtua/aidscuidaids.htm

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Profilaxia Pós-Exposição HIV














O que é Profilaxia Pós-Exposição HIV ?

PEP significa Profilaxia Pós-Exposição. É uma forma de prevenção da infecção pelo HIV usando os medicamentos que fazem parte do coquetel utilizado no tratamento da Aids, para pessoas que possam ter entrado em contato com o vírus recentemente, pelo sexo sem camisinha. Esses medicamentos, precisam ser tomados por 28 dias, sem parar, para impedir a infecção pelo vírus, sempre com orientação médica. 

Essa forma de prevenção já é usada com sucesso nos casos de violência sexual e de profissionais de saúde que se acidentam com agulhas e outros objetos cortantes contaminados.


Atendimento inicial é de urgencia

No caso de um possível contato com o vírus HIV, busque, o quanto antes, um serviço credenciado. Esse primeiro atendimento é considerado de urgência porque o uso dos medicamentos deve começar o mais cedo possível. 

O ideal é que você comece a tomar a medicação em até 2 horas após a exposição ao vírus HIV e no máximo após 72 horas. A eficácia da PEP pode diminuir à medida que as horas passam. 

A indicação de utilização dos medicamentos para prevenção será avaliada por um médico. 

A população de gays, outros homens que fazem sexo com homens e travestis é uma das populações que tem preferência no acesso a esse atendimento de urgência, visto a proporção de pessoas com HIV neste segmento populacional ser superior àquela da população geral. 

Profissional de saúde

 Recomendações para Abordagem da Exposição Sexual ao HIV

Para o atendimento da exposição sexual com potencial risco de transmissão do HIV é necessário, inicialmente: 

• Acolher o usuário
• Avaliar o contexto da exposição ao HIV
• Caracterizar o risco de transmissão 
• Conhecer a frequência de exposições ao risco 

Fonte:http://www3.crt.saude.sp.gov.br/profilaxia/hotsite/ 

Aconselhamento em DST, HIV e Aids e Hepatites Virais














O que é o aconselhamento? 
Entende-se aconselhamento como um processo de escuta ativa, individualizado e centrado no cliente. Pressupõe a capacidade de estabelecer uma relação de confiança entre os interlocutores, visando ao resgate dos recursos internos do cliente para que ele mesmo tenha possibilidade de reconhecer-se como sujeito de sua própria saúde e transformação.

Especialmente no âmbito das DST/Aids e Hepatites Virais o processo de aconselhamento contém três componentes:

Apoio Emocional

Apoio Educativo - que trata das trocas de informações sobre DST, HIV/Aids e Hepatites Virais, suas formas de transmissão, prevenção e tratamento.

Avaliação de riscos - que propicia a reflexão sobre valores, atitudes e condutas, incluindo o planejamento de estratégias de redução de risco.

Esses componentes nem sempre são atingidos em um único momento ou encontro e, de certa forma, podem ser trabalhados tanto em grupo como individualmente.

Na abordagem coletiva, as questões comuns expressas pelos participantes devem nortear o conteúdo a ser abordado. Nesse sentido, a identificação da demanda do grupo é fundamental. No grupo as pessoas têm a oportunidade de redimensionar suas dificuldades ao compartilhar suas dúvidas, sentimentos, conhecimentos, etc. Em algumas circunstâncias essa abordagem pode provocar alívio do estresse emocional vivenciado pelos clientes. A dinâmica grupal também pode ajudar o indivíduo a perceber sua própria demanda, a reconhecer o que sabe e sente, estimulando sua participação nos atendimentos individuais subseqüentes. Os grupos formados em sala de espera podem ser um exemplo dessa abordagem, além de otimizarem o tempo que o usuário passa no serviço de saúde.

É importante, entretanto, que o profissional de saúde esteja atento para perceber os limites que separam as questões que devem ser abordadas no espaço grupal daquelas pertinentes ao atendimento individual.

Vale destacar que, pela singularidade de vida de cada cliente, situações íntimas, como a avaliação do próprio risco e adoção de práticas mais seguras, são mais bem trabalhadas num atendimento personalizado e individual. A identificação das barreiras que dificultam as práticas preventivas e os subsídios para definição de mensagens compatíveis com o cliente depende da qualidade da relação construída entre os interlocutores durante o aconselhamento individual.

Objetivos do aconselhamento:


No contexto das DST, HIV/Aids e Hepatites Virais, o aconselhamento tem por objetivos promover:
- Redução do nível de estresse;
- Práticas mais seguras;
- Adesão ao tratamento;
- Comunicação e o tratamento de parceiro(s) sexual(is) e de parceiros de uso de drogas injetáveis.

A quem se destina?


O aconselhamento em DST, HIV/Aids e Hepatites Virais destina-se:
- Às pessoas com DST, HIV/Aids e Hepatites Virais e seu(s) parceiro(s) sexual(is) e de uso de drogas injetáveis;

- Às pessoas que desejam fazer o teste anti-HIV (infectados ou não) ou para diagnóstico das hepatites;

- Às pessoas que buscam ajuda devido a prováveis situações de risco.
Em função dos avanços terapêuticos e sua comprovada eficácia na redução da transmissão vertical do HIV, estimulamos a oferta da testagem sorológica acompanhada de aconselhamento nos serviços de pré-natal em todas as unidades de saúde do município de Ribeirão Preto. Pela correlação epidemiológica e maior possibilidade de adequação terapêutica, pessoas com diagnóstico de tuberculose também recebem a oferta de testagem sorológica acompanhada de aconselhamento. Dependendo da necessidade do cliente, seus familiares ou pessoas próximas poderão ser envolvidos no processo do aconselhamento.

Todas as pessoas sexualmente ativas precisam estar conscientes de que uma relação sexual com penetração, não protegida, inclusive o sexo oral, envolve um certo risco de transmissão de DST e HIV.

Atenção: Como o aconselhamento pode implicar a oferta de testagem sorológica anti-HIV é importante lembrar que a realização do teste é de caráter estritamente voluntário.

fonte: http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ssaude/programas/aids/i16aconselha.php

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Consulta de sexologia clinica










A consulta de Sexologia Clínica é dirigida a adultos que apresentam diferentes dificuldades, problemas e questões no âmbito da saúde sexual.
Áreas de intervenção:• Dificuldades no funcionamento sexual (perturbações no desejo sexual, na excitação, no orgasmo, ejaculação prematura, disfunção eréctil, dispareunia, vaginismo, perturbação induzida por condição médica ou substância),
• Insatisfação sexual;
• Transição no ciclo de vida e sexualidade;
• Comunicação e conflitos relacionados com a sexualidade;
• Adaptação a situações de doença.


Modalidades de Intervenção:A intervenção clínica pode ser feita em diferentes formatos: individual e/ou em casal. A intervenção psicológica é feita com base numa avaliação exaustiva do problema e da situação específica de cada pessoa e de cada pedido. O aconselhamento pode ser individual ou em grupo.

Para além dos objectivos de intervenção psicológica nos problemas acima descritos, a Consulta de Sexologia Clínica tem também objectivos de investigação, procurando trazer um contributo significativo para a compreensão e intervenção nestas problemáticas. 
Fonte: http://www.psicologia.ulisboa.pt/C-S-C

Psicologia


Psicologia (do grego Ψυχολογίαtransl. psykhologuía, de ψυχή, psykhé, "psique", "alma", "mente" e λόγος, lógos, "palavra", "razão" ou "estudo") "é o estudo do comportamento e dos processos mentais (experiências subjetivas inferidas através do comportamento)".1 O principal foco da psicologia se encontra no indivíduo, em geral humano, mas o estudo do comportamento animal para fins de pesquisa e correlação, na área da psicologia comparada, também desempenha um papel importante. (veja também etologia).
A psicologia científica, tratada neste artigo, não deve confundir-se com a psicologia do senso comum ou psicologia popular que é o conjunto de ideias, crenças e convicções transmitidas culturalmente e que cada indivíduo possui a respeito de como as pessoas funcionam, se comportam, sentem e pensam. A psicologia usa em parte o mesmo vocabulário, que adquire assim significados diversos de acordo com o contexto em que é usado.2 Assim, termos como "personalidade" ou "depressão" têm significados diferentes na linguagem científica e na linguagem vulgar. A própria palavra "psicologia" é muitas vezes usada na linguagem comum como sinônimo de psicoterapia e, como esta, é muitas vezes confundida com a psicanálise ou mesmo aanálise do comportamento.
O termo parapsicologia, ligado ao vocábulo paranormal, não se refere a um conceito ou a uma disciplina da Psicologia; trata-se de um campo de estudo não reconhecido pela comunidade científica.

Introdução
A psicologia é a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais dos indivíduos (psiquismo). Cabe agora definir tais termos:3
  • Dizer que a psicologia é uma ciência significa que ela é regida pelas mesmas leis do método científico as quais regem as outras ciências: ela busca um conhecimento objetivo, baseado em fatos empíricos. Pelo seu objeto de estudo a psicologia desempenha o papel de elo entre as ciências sociais, como a sociologia e a antropologia, as ciências naturais, como a biologia, e áreas científicas mais recentes como as ciências cognitivas e as ciências da saúde.
  • Comportamento é a atividade observável (de forma interna ou externa) dos organismos na sua busca de adaptação ao meio em que vivem.
  • Dizer que o indivíduo é a unidade básica de estudo da psicologia significa dizer que, mesmo ao estudar grupos, o indivíduo permanece o centro de atenção - ao contrário, por exemplo, da sociologia, que estuda a sociedade como um conjunto.
  • Os processos mentais são a maneira como a mente humana funciona - pensar, planejar, tirar conclusões, fantasiar e sonhar. O comportamento humano não pode ser compreendido sem que se compreendam esses processos mentais, já que eles são a sua base.
Como toda a ciência, o fim da psicologia é a descrição, a explicação, a previsão e o controle do desenvolvimento do seu objeto de estudo. Como os processos mentais não podem ser observados mas apenas inferidos, torna-se o comportamento o alvo principal dessa descrição, explicação e previsão (mesmo as novas técnicas visuais da neurociência que permitem visualizar o funcionamento do cérebro não permitem a visualização dos processos mentais,  mas somente de seus correlatos fisiológicos, ou seja, daquilo que acontece no organismo enquanto os processos mentais se desenrolam). Descrever o comportamento de um indivíduo significa, em primeiro lugar, o desenvolvimento de métodos de observação e análise que sejam o mais possível objetivos e em seguida a utilização desses métodos para o levantamento de dados confiáveis. A observação e a análise do comportamento podem ocorrer em diferentes níveis - desde complexos padrões de comportamento, como a personalidade, até a simples reação de uma pessoa a um sinal sonoro ou visual. A introspecção é uma forma especial de observação (ver mais abaixo o estruturalismo). A partir daquilo que foi observado o psicólogo procuraexplicar, esclarecer o comportamento. A psicologia parte do princípio de que o comportamento se origina de uma série de fatores distintos: variáveis orgânicas (disposição genética, metabolismo, etc.), disposicionais (temperamento, inteligência, motivação, etc.) e situacionais (influências do meio ambiente, da cultura, dos grupos de que a pessoa faz parte, etc.). Asprevisões em psicologia procuram expressar, com base nas explicações disponíveis, a probabilidade com que um determinado tipo de comportamento ocorrerá ou não. Com base na capacidade dessas explicações de prever o comportamento futuro se determina a também a sua validade. Controlar o comportamento significa aqui a capacidade de influenciá-lo, com base no conhecimento adquirido. Essa é a parte mais prática da psicologia, que se expressa, entre outras áreas, na psicoterapia.3
Para o psicólogo soviético A. R. Luria, um dos fundadores da neuropsicologia, a psicologia do homem deve ocupar-se da análise das formas complexas de representação da realidade, que se constituíram ao longo da história da sociedade e são realizadas pelo cérebro humano, incluindo as formas subjetivas da atividade consciente sem substituí-las pelos estudo dos processos fisiológicos que lhes servem de base nem limitar-se a sua descrição exterior. Segundo esse autor, além de estabelecer as leis da sensação e percepção humana, regulação dos processos de atenção, memorização (tarefa iniciada por Wundt), na análise do pensamento lógico, formação das necessidades complexas e da personalidade, considera esses fenômenos como produto da história social (compartilhando, de certo modo com a proposição da Völkerpsychologie de Wundt (ver mais abaixo "História da Psicologia") e com as proposições de estudo simultâneo dos processos neurofisiológicos e das determinações histórico-culturais, realizadas de modo independente por seu contemporâneo Vigotsky).
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia

Transtorno depressivo















TRISTEZA, SÍNDROME DEPRESSIVA OU TRANSTORNO DEPRESSIVO?
AUTORA: Letícia Maria Furlanetto*
*Professora Assistente de Psiquiatria do Departamento de Clínica Médica da UFSC.


Os transtornos depressivos são um problema de saúde pública, devido a sua alta prevalência e ao declínio na qualidade de vida e no funcionamento laborativo que acarretam (HAYS e cols., 1995). Apesar disso, o que se nota é que há muita confusão na compreensão destes transtornos, a começar pela palavra “depressão”. Mesmo no meio médico, este termo é freqüentemente utilizado de maneira incorreta, demonstrando o desconhecimento das características clínicas da doença depressão. Isto gera problemas, pois,  por um lado, pacientes com transtornos depressivos acabam não sendo detectados, e, por outro lado, pacientes com “tristeza” muitas vezes são expostos, desnecessariamente, a efeitos colaterais de medicações antidepressivas.

O objetivo desse artigo é contribuir para aumentar o conhecimento desta doença, começando pelo que parece ser o mais simples, mas que representa onde a confusão se inicia: serão discutidos os usos mais freqüentes da palavra “depressão”. 


TRISTEZA X SÍNDROME DEPRESSIVA X TRANSTORNO DEPRESSIVO 
 A palavra “depressão” é usada de três diferentes maneiras. Na linguagem comum é usada para descrever um estado de tristeza que todas as pessoas experimentam quando perdem algo de importância. Assim, ficamos tristes porque gostaríamos de viajar e não podemos, porque não temos dinheiro para comprar algo que gostamos, porque não houve aumento de salário, etc.
 

Em  psiquiatria, a palavra depressão é usada para significar humor anormal, semelhante, embora diferente da tristeza, à infelicidade e ao sentimento de miséria na experiência do dia-a-dia. Como tal, o humor depressivo pode aparecer tanto como um sintoma em qualquer transtorno mental, quanto como um sintoma de muitas doenças físicas e condições tóxicas. Este tipo de humor pode vir acompanhado de outros sintomas depressivos, passando a ser denominado “síndrome depressiva”.

O humor depressivo, que  acompanha estas síndromes apresenta uma qualidade que o diferencia da tristeza “normal”, que parece estar relacionada a uma inabilidade para experimentar prazer (anedonia) de qualquer forma e com qualquer experiência. Assim, pacientes com o humor depressivo freqüentemente se queixam de que não conseguem mais sentir prazer com as “coisas” que gostavam anteriormente, de que tudo parece “pesado”, “difícil”, “arrastado” e que o “tempo não passa”, além de referirem um terrível sentimento de insuficiência.  Resumindo, trata-se de um estado de ânimo duradouro, ou seja, na maior parte do dia, durante vários dias, não reativo a estímulos prazeirosos,  que colore a percepção de mundo da pessoa, fazendo com que tudo “pareça cinza”. Este tipo de humor, ao fazer parte de uma síndrome depressiva, por definição,  pode ter causas diversas. Destas, podemos citar o uso de medicamentos depressogênicos, determinadas doenças físicas, e, principalmente, depressão enquanto doença, como veremos a seguir.  
 

Finalmente, a palavra “depressão” é usada como o nome para estados ou transtornos clínicos (substituindo a antiga ”melancolia”); ou seja, uma entidade nosológica, uma doença, que consiste em um grupo de sintomas formando padrões reconhecíveis e, às vezes, mostrando um curso clínico, com recuperação maior ou menor entre os ataques agudos. Trata-se dos transtornos depressivos cujo diagnóstico é essencialmente clínico e se baseia na presença de sintomas psíquicos e somáticos os quais, de acordo com sua intensidade e evolução, definirão a gravidade do quadro clínico e os subtipos diagnósticos. De acordo com a CID-10 (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 1993), “o indivíduo usualmente sofre de humor deprimido, perda de interesse e prazer e energia reduzida levando a uma fatigabilidade aumentada e atividade diminuída”, sendo estes os sintomas típicos. Outros sintomas comuns são: concentração e atenção reduzidas, diminuição da auto-estima e autoconfiança, idéias de culpa e inutilidade, visões desoladas e pessimistas do futuro, idéias ou tentativas de suicídio e atos autolesivos, sono perturbado e apetite diminuído. Inúmeros outros sintomas podem estar presentes e compor o quadro clínico. A duração mínima dos sintomas para um diagnóstico confiável é de cerca de duas semanas. Caso o indivíduo apresente mais de um episódio depressivo, de acordo com a CID-10, chamamos de Transtorno Depressivo Recorrente. Cabe esclarecer, entretanto, que a Associação Psiquiátrica Americana elaborou uma classificação própria, a qual é apresentada no seu manual, o DSM-IV (APA, 1994). Nesta Classificação, os quadros de doença depressiva mais graves que preencherem determinados critérios e que tiverem mais de duas semanas de evolução são enquadrados na categoria diagnostica  “Depressão Maior” e aqueles, com intensidade mais leve e com tempo de evolução igual ou maior a dois anos, na categoria  “Distimia”. Cumpre explicar, também, que tanto na CID-10, quanto no DSM-IV, consta uma outra entidade nosológica, denominada “Transtorno Bipolar” (trata-se da antiga Psicose Maníaco Depressiva). Somente é  dado este diagnóstico para aqueles indivíduos que tiverem apresentado, também, episódios de mania (caracterizados principalmente por humor eufórico).  


CONCLUSÃO
 Como vimos, a palavra depressão pode ser usada com diversos significados, que variam desde a tristeza “normal” até entidades nosológicas muito graves, tais como os Transtornos Depressivos Maiores e os Transtornos Bipolares. Existem diferenças qualitativas entre esses termos e esperamos que este artigo tenha ajudado a ressaltá-las.  


BIBLIOGRAFIA
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA): Diagnostic and statistical manual of mental disorders (DSM-IV), 4. ed., Washington, D.C.:APA, 1994. 
HAYS, R. D.; WELLS, K. B.; SHERBOURNE, D. et al. Functioning and well-being outcomes of patients with depression compared with chronic general medical illnesses. Arch Gen Psychiatry, 52:11-19, 1995. 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE - Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições Clínicas e diretrizes Diagnosticas , Porto Alegre:Artes Médicas, 1993.

Fonte: http://www.ccs.ufsc.br/psiquiatria/98tristeza.html


Internet e sexualidade





Internet virou palco para se experimentar a sexualidade, dizem especialistas 


Recentes casos de suicídios de meninas motivados pela exposição na rede demonstram a desigualdade de gênero quando o assunto é sexo

A internet se transformou no espaço de experimentação da sexualidade. Segundo especialistas, a questão é como lidar com a exposição indevida na rede e tentar entender por que há tanto sentimento de vergonha e culpa envolvendo esse tema.

Para Rodrigo Nejm, psicólogo e diretor de prevenção da SaferNet Brasil, ONG voltada ao combate à pornografia infantil e outros crimes praticados na internet, os recentes casos de suicídio das adolescentes motivados pela exposição na rede demonstram a força do machismo e da desigualdade de gênero quando o assunto é sexo.

— Há uma condenação explícita à sexualidade feminina. Além de vítimas, as mulheres são publicamente humilhadas, quando na verdade estão no livre exercício da sua sexualidade, mesmo se adolescente. Quem compartilha ou comenta essas imagens também agride, e as pessoas precisam parar para pensar que tipo de julgamento é esse. Se não houvesse tanta pressão, não seria tão forte a ponto de levar uma adolescente a tirar a própria vida. Não é só o vazamento que provoca o fim trágico. A reação social é muito violenta contra as mulheres.

Ele também afirma que, por não haver qualquer tipo de mediação no ambiente virtual, os jovens interpretam as imagens sem maturidade nem informação suficiente para ter um olhar crítico sobre o conteúdo que recebem.

De acordo com a psicóloga e sexóloga Maria Claudia Lordello, coordenadora da Psicologia do Projeto Afrodite — Ambulatório de Sexualidade Feminina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) —, o tema deve ser trabalhado com mais naturalidade e de forma aberta, para que o jovem não se sinta tão vítima da situação.

— Ter contato sexual via internet hoje é muito mais comum do que no passado, e isso tem que ser aceito. Mais do que abordar a questão da exposição, o que envolve aqui é muito mais uma dificuldade de entender que a sexualidade faz parte, e as meninas não sabem lidar com isso — argumenta a especialista.

O impacto dessa superexposição pode ser devastador mesmo em pessoas que nunca tiveram quadro de depressão ou qualquer tipo de transtorno, segundo a psicóloga Aline Restado, do Grupo de Estudos sobre Adições Tecnológicas. Quem estiver passando pos situações semelhantes pode contar com ajuda de psicólogos especializados que oferecem atendimento gratuito em sites como o canaldeajuda.org.br e o cvv.org.br.
Fonte: http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/policia/noticia/2013/11/internet-virou-palco-para-se-experimentar-a-sexualidade-dizem-especialistas-4341498.html

terça-feira, 16 de setembro de 2014

A semântica assassina da homofobia














                                                                 Por  Alex Antunes – dom, 14 de set de 2014

Nesta sexta-feira foi preso o lavrador Andrie Maycon Ferreira, assassino do garçom João Donati. O crime ocorreu na quarta-feira, em Inhumas, na região metropolitana de Goiânia. As primeiras notícias davam conta de um bilhete homofóbico deixado no corpo, e de indícios de tortura, como as pernas quebradas da vítima. A polícia depois desmentiu o bilhete e a tortura.


Uma onda de textos “aliviados” (sem trocadilho), como este aqui, comemoraram o fato do assassino ter tido relações sexuais com a vítima, o que descaracterizaria as alegações de homofobia. O mesmo tipo de inquietação contaminou as declarações do delegado, que afirmou que era possivelmente um crime “passional”, mas certamente não homofóbico.


Vamos nos ater ao depoimento do assassino confesso. Andrie admite que teve relações sexuais com a vítima, que conheceu no mesmo dia; mais que isso, que tem relações sexuais com outros homens. “Eu não matei ele por ele ser gay. Eu até gosto, não tenho nada contra eles. O problema foi que ele quis fazer gracinha comigo”, disse. Epa. “Eles” quem, Andrie? Você faz sexo gay, tudo indica que você é gay.


A “gracinha” em questão é que João teria tentado tratar Andrie como “passivo”, invertendo as posições. Aqui entramos em um território bizarro. Sabemos de uma alegação patriarcal recorrente de que o “gay ativo” não é bem gay, porque ele não se deixa penetrar. Isso recentemente virou até a teoria g0y (escrito assim, com um zero no lugar do o), uma autodenominada filosofia que se diz hétero, mesmo que se pratiquem carinhos entre homens, incluindo masturbação e até sexo oral.


Ora. Temos um ASSASSINATO provocado por questão que é quase semântica. Para João, que se dizia gay, era natural variar os papéis. Para Andrie, que não se diz gay apesar de transar com homens, seu ato de fúria foi provocado por ser confundido… com um gay. Um passivo. Um “fêmeo” (sendo que fêmeo não existe, e nem o clichê patriarcal que associa mulher e passividade procede)..


Não creio que o depoimento do assassino alivie em nada o problema de quem se diz contra a “conspiração gay”, muito pelo contrário. Os moralistas tentam traçar entre eles e o assassino um risco, ao dizerem que foi um problema entre dois gays (o que o delegado quer chamar de maneira forçada de “crime passional”, onde não havia paixão nenhuma). Mas esse traço de separação na verdade está entre o assassino e a vítima.

E deixa os fundamentalistas e o assassino do mesmo lado: o de quem tem um profundo desconforto com o sexo entre homens.
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Como diz o especialista internacional em direito e sexualidade Daniel Borrillo no livro Homofobia – História e Crítica de um Preconceito”, muitos homens que assumem um papel ativo na relação com outros homens não se consideram homossexuais (…) Mas não basta ser ativo, é preciso que a penetração não seja acompanhada de afeto, pois isso coloca em perigo a imagem de sua masculinidade. Eis então como, a partir de uma negação, vários homens, mesmo tendo relações homossexuais regulares, podem recusar toda e qualquer identidade gay e ser homofóbicos. O ódio serve à reestruturação de uma masculinidade frágil, que necessita se reafirmar por meio do desprezo dos outros-não-viris: o frouxo e a mulher”.


É esse problema entre o tesão e a semântica que os g0ys tentam resolver, ao “decretarem” que são héteros, e reduzirem toda a homossexualidade e homoafetividade ao uso que dá ao ânus masculino. As suas seriam manifestações de afeto viril, com raízes na antiguidade clássica, como explica este site. Sem fiofó, é tudo muito macho. As soluções patriarcais, como sempre, são totalmente formais e fetichistas.


A admiração recíproca masculina tem dessas armadilhas. E o futebol tem muito a ver com isso. Esta semana, o site do Coríntians publicou um manifesto anti-homofobia. “Pelo fim do grito de ‘bicha’ no tiro de meta do goleiro adversário. Porque a homofobia, além de ir contra o princípio de igualdade que está no DNA corinthiano, ainda pode prejudicar o Timão”, diz um trecho da nota.
A origem do manifesto poderia ser um alerta do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) sobre o comportamento dos torcedores – ainda no clima da exclusão do Grêmio da Copa do Brasil por causa das ofensas racistas da torcida contra o goleiro Aranha. Ou, numa tese mais conspiratória, nas provocações contra o jogador Elias, que segundo um boato teria provocado o corte de Maicon da seleção brasileira ao ter um caso com ele.


Evidentemente a vida sexual de Maicon e Elias não interessaria a ninguém. Mas o frisson futebolístico com brincadeiras (homo) sexuais não cessa jamais. Há uma pergunta que fica no ar com o manifesto do Coríntians (publicado ainda por cima num timbre oficial ridículo, absolutamente descalibrado com o assunto e com o tom informal do texto). A pergunta é: existe alguma graça no futebol se não se puder gritar “chupa”, e chamar os “rivais” sãopaulinos de “bambis”? Eu diria que não. A principal graça do futebol é o frisson do fiofó.
Assim como tem muito mais gay não-praticante por aí do que parece – exatamente os que querem parecer que não são. Ao “denunciarem” as preferências alheias, ou mesmo ao simplesmente não conseguirem deixar de abordar o assunto com um humor tenso, eles se denunciam. É só olhar para quem acha preferência sexual um grande problema – ou uma grande piada. Eu arriscaria dizer que a homofobia é quase sempre auto-homofobia, sensação de inadequação. E isso mata.

Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/blogs/alex-antunes/a-semantica-assassina-da-homofobia-024027721.html

Alex Antunes é jornalista, escritor e produtor cultural e, perguntado se era um músico frustrado, respondeu que música é a única coisa que nunca o frustrou. Foi editor das revistas Bizz e Set, e escreveu para publicações como Rolling Stone, Folha Ilustrada, Animal, General, e aquela cujo nome hoje não se ousa dizer. Tem uma visão experimental da política, uma visão política do xamanismo, e uma visão xamânica do cinema.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Distimia











A distimia é um tipo crônico de depressão no qual a pessoa fica triste regularmente. No entanto, os sintomas não são tão graves quanto os da depressão profunda.


A causa exata da distimia é desconhecida. Normalmente, ela é hereditária. A distimia ocorre com mais frequência em mulheres do que em homens e afeta cerca de 5% da população.
Muitas pessoas com distimia têm um problema médico de longo prazo ou outro transtorno mental, como ansiedade, abuso de álcool ou dependência de drogas. Cerca de metade das pessoas com distimia também terá um episódio de depressão profunda em algum momento de suas vidas.
A distimia em idosos é muitas vezes causada por:
  • Dificuldade de cuidar de si
  • Isolamento
  • Declínio mental
  • Doenças

Exames

Seu médico fará um histórico do seu humor e de outros sintomas de saúde mental. O médico também pode pedir exames de sangue e de urina para excluir causas médicas da depressão.

Sintomas de Distimia

O principal sintoma da distimia é um comportamento depressivo, negativo ou triste na maioria dos dias por, pelo menos, dois anos. Crianças e adolescentes podem se mostrar irritados, em vez de depressivos, por pelo menos um ano.
Além disso, dois ou mais dos seguintes sintomas estarão presentes em quase todas as vezes que a pessoa apresentar distimia:
  • Perda da esperança
  • Pouco ou muito sono
  • Baixa energia ou fadiga
  • Baixa autoestima
  • Perda ou aumento do apetite
  • Pouca concentração
As pessoas com distimia muitas vezes veem a si, o futuro, as outras pessoas ou os eventos da vida de forma negativa ou depressiva. Os problemas em geral parecem mais difíceis de resolver.

Buscando ajuda médica

Marque uma consulta com seu médico se:
  • Você se sentir deprimido ou triste regularmente
  • Seus sintomas estiverem se agravando
Peça ajuda imediatamente se você ou uma pessoa que você conheça desenvolver esses sintomas, que são sinais de risco de suicídio:
  • Doar seus pertences ou falar sobre ir embora e a necessidade de "organizar as coisas"
  • Ter comportamentos autodestrutivos, como autoflagelação
  • Mudar de comportamento de forma repentina, principalmente ficar calmo depois de um período de ansiedade
  • Falar sobre morte ou suicídio ou até expressar o desejo de se ferir
  • Afastar-se dos amigos ou não ter vontade de sair

Tratamento de Distimia

O tratamento da distimia inclui terapia com medicamentos antidepressivos combinada a algum tipo de psicoterapia.
Muitas vezes, os medicamentos não funcionam tão bem para a distimia quanto funcionam para a depressão profunda. Depois de começar a tomar medicamentos, talvez você demore mais tempo para se sentir melhor.
Os seguintes medicamentos são usados para tratar a distimia:
  • Os inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS) são os medicamentos mais usados para a distimia. São eles: fluoxetina (Prozac), sertralina (Zoloft), paroxetina (Paxil), fluvoxamina (Luvox), citalopram (Celexa) e escitalopram (Lexapro).
  • Outros antidepressivos usados para tratar a distimia incluem: inibidores de recaptação da serotonina e norepinefrina (IRSNs), bupropiona (Wellbutrin), antidepressivos tricíclicos e inibidores da monoamina oxidase (IMAO).
As pessoas com distimia costumam ser beneficiadas por algum tipo de psicoterapia. A psicoterapia é um bom momento para conversar sobre sentimentos e pensamentos e, acima de tudo, para aprender maneiras de lidar com eles. Os tipos de psicoterapia incluem:
  • A terapia cognitivocomportamental (TCC) ensina às pessoas deprimidas algumas formas de corrigir pensamentos negativos. As pessoas podem aprender a ter consciência dos sintomas, aprender o que causa o agravamento da depressão e aprender a solucionar problemas.
  • A psicoterapia baseada em hipóteses ou psicodinâmica pode ajudar as pessoas com depressão a entender os fatores psicológicos que podem estar por trás de comportamentos, pensamentos e sentimentos depressivos.
  • Participar de um grupo de apoio formado por pessoas que já tenham passado por problemas como o seu também pode ajudar. Peça uma recomendação ao seu terapeuta ou médico.



Expectativas

A distimia é uma doença crônica que dura muitos anos. Embora algumas pessoas se recuperem completamente, outras continuam tendo alguns sintomas, mesmo com o tratamento.
Embora não sejam tão graves quanto da depressão profunda, os sintomas da distimia podem afetar a capacidade de a pessoa ter uma vida familiar e profissional normal.
A distimia também aumenta o risco de suicídio.

Complicações possíveis

Se não for tratada, a distimia pode se transformar em um episódio depressivo profundo. Isso é conhecido como "depressão dupla".
Fontes: 
  • Institute for Clinical Systems Improvement. Health Care Guidelines: Major Depression in Adults in Primary Care. 11th ed. 2008.
  • Stewart JW. Treating depression with atypical features. J Clin Psychiatry. 2007;68:25-29.
  • http://www.minhavida.com.br/saude/temas/distimia