terça-feira, 20 de outubro de 2015

Vaginismo: Dores durante o sexo são um sinal de que há algo errado




















Fonte: Desconforto pode indicar desde doenças cervicais a distúrbios psicológicos
POR MINHA VIDA - ATUALIZADO EM 09/08/2013
 http://www.minhavida.com.br/saude/materias/12674-dores-durante-o-sexo-sao-um-sinal-de-que-ha-algo-errado



Infelizmente, nem sempre as 
relações sexuais são sinônimo de prazer. Para algumas mulheres a penetração, que deveria ser um ato gostoso partilhado pelo casal, é extremamente dolorida e desconfortável. E a dor varia de mulher para mulher, podendo ser de diversas intensidades e se manifestar até na região anal. Mas atenção: sentir dor durante o sexo é um forte indício de que há algum problema, seja físico ou psicológico. 

A especialista em 
sexualidade do Setor de Obstetrícia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Tereza Barroso, explica que o incômodo pode estar apenas relacionado a posições sexuais pouco confortáveis. Porém, também é sintoma de doenças vaginais provocadas por bactérias ou fungos. "Em alguns casos indica patologias vulvares e doenças cervicais, como mioma e endometriose", afirma.  



De acordo com Barroso, as patologias que podem provocar dor durante a 
relação sexual são infecções na vagina e vulva, como a candidíase, tumores benignos e malignos, doenças do aparelho urinário, como as cistites, lesões dermatológicas causadas por doenças sexualmente transmissíveis e traumatismos. Nesses casos, a dor costuma desaparecer após o tratamento da doença que provoca o desconforto. 



Segundo a especialista, outra razão para sentir dor ou ardência durante a penetração é a falta de lubrificação. Esse problema pode acontecer, entre outros motivos, porque não houve estimulação suficiente nas 
preliminares. Por isso é tão importante que os parceiros tenham liberdade para conversar sobre o assunto. 



"Outra recomendação, nesses casos, é usar lubrificantes à base de água. Eles ajudam bastante e não prejudicam o preservativo", diz. Ela lembra ainda que essa lubrificação insuficiente é uma das características bastante prevalentes nas mulheres que entram na 
menopausa.  

Por fim, a ginecologista ressalta que a mulher precisa conhecer intimamente sua anatomia. E essa é uma dica que vale para todas elas, não importa a idade. "Durante a masturbação ou a própria relação sexual, ela aprende como obter prazer e quais as posições mais gostosas, além de descobrir formas de transformar a penetração em um momento inesquecível", afirma. 


Vaginismo 


Mas, para algumas mulheres, a dor na relação sexual nada tem a ver com infecções ou patologias cervicais. Nesses casos mais raros, a dor é provocada por fatores psicológicos como o 
vaginismo. Trata-se de uma síndrome psicofisiológica que tem como característica fundamental a contração involuntária, recorrente ou persistente, dos músculos do períneo adjacentes à vagina. Isso acontece sempre que há tentativa de penetração. 



"Por conta da dor, a mulher acaba evitando manter relações sexuais, o que não é natural. Em decorrência disso, muitos relacionamentos afetivos ficam fortemente abalados", esclarece.

De acordo com os especialistas, o vaginismo é um problema mais comum em mulheres jovens e naquelas que apresentam história de abuso ou traumas sexuais. Em algumas, o quadro chega a ser tão severo que impede inclusive a realização de exames ginecológicos. Para quem sofre desse distúrbio, o tratamento deve ser individualizado, dependendo das causas do problema. Por isso, a orientação geral é procurar primeiramente o ginecologista. 

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Desejo Sexual na Mulher













 (Ginecologista)



O desejo sexual na mulher depende do seu bem estar físico e emocional. Um dos primeiros sinais da excitação na mulher é a lubrificação da vagina, que equivale à ereção no homem.
A mulher pode ter este desejo diminuído em períodos de tensão, cansaço, frustração, menopausa, ira ou falta de conversa entre o casal. Então, para tratar este problema é preciso ter em conta todos esses fatores.
Algumas dicas para aumentar o desejo sexual feminino incluem o consumo de alimentos afrodisíacos, experimentar usar um gel lubrificante à base de água e investir um tempo para estarem a sós e não só para o contato íntimo.
No caso de mulheres na menopausa a reposição hormonal é de grande ajuda.

Fonte: http://www.tuasaude.com/desejo-sexual-na-mulher/

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Síndrome do Pânico

Síndrome do pânico: Um transtorno que deve ser levado a sério


A síndrome do pânico ou transtorno do pânico  é, certamente, uma das causas mais freqüentes de procura a psiquiatras e psicoterapeutas.
Ao longo da evolução da espécie humana, o cérebro desenvolveu sistemas fundamentais para responder a perigos próximos ou distantes que levem à destruição imediata do organismo. O pânico resulta da hiperatividade desse sistema cerebral que foi desenhado para produzir respostas imediatas ao perigo iminente.
É uma enfermidade que se caracteriza por crises absolutamente inesperadas de medo e desespero, que fazem com que a pessoa tenha a impressão de que vai morrer.
Quem padece de síndrome do pânico sofre durante as crises e ainda mais nos intervalos entre uma e outra, pois não faz a menor idéia de quando elas ocorrerão novamente, gerando tamanha insegurança que a qualidade de vida do paciente fica seriamente comprometida.
Se não tratada, pode evoluir para uma série de fobias, limitando a liberdade do indivíduo e podendo enclausurá-lo em sua própria casa durante décadas.

Sintomas
Segundo o Dr. Márcio Bernik, médico psiquiatra e coordenador do Ambulatório de Ansiedade do Hospital das Clínicas, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, os sintomas que o transtorno do pânico provocam são relativamente similares aos da ansiedade normal. “Mas o que caracteriza o pânico é a forma abrupta e inesperada que eles aparecem e o fato de a crise atingir o ápice em dez minutos. Na verdade, bastam 30 segundos para o indivíduo ser tomado inexplicavelmente por tremores, taquicardia, falta de ar, mal-estar na barriga ou no peito, sufocamento, tonturas, boca seca, sudorese abundante. Muitas vezes, tudo isso vem acompanhado da sensação de que algo trágico, como morte súbita ou enlouquecimento, está por acontecer. Nesses casos, é comum a pessoa ter uma reação comportamental de pânico e sair à procura de socorro. Aliás, a sala de espera dos prontos-socorros é um dos lugares onde o médico mais se depara com transtornos do pânico.”

Ansiedade antecipatória e agorafobia
A síndrome do pânico ocorre duas vezes mais em mulheres do que em homens, sendo sua maior incidência entre os 18 e 35 anos. É estatisticamente mais freqüente em indivíduos que tenham algum familiar que apresente o quadro.
A maioria dos pacientes tem a primeira crise entre 15 e 20 anos, desencadeada sem motivo aparente. Com o passar do tempo, as crises vão se repetindo de maneira aleatória. Não prever quando podem surgir novamente gera uma ansiedade chamada de antecipatória. A pessoa fica preocupada com o fato de que os sintomas possam aparecer numa situação para a qual não encontre saída nem ajuda, como dentro de elevadores, metrô, aviões, salas-de-espera de médicos e dentistas, congestionamentos de trânsito.
Se reagir de forma a evitar esses lugares, desenvolverá uma segunda doença, a agorafobia, quadro fóbico que se caracteriza por fugir de situações nas quais uma crise de pânico possa representar perigo, causar embaraço ou a sensação de se estar preso numa armadilha. Geralmente, sofre-se mais pela agorafobia do que pelo pânico em si. É o medo do medo. Alguns pacientes, depois de duas ou três crises, praticamente ficam presos em casa e, nos casos mais graves, não conseguem sair sozinhos.
A maioria das pessoas rapidamente desenvolve algum grau de limitação. Em geral, só conseguem ir trabalhar se puderem percorrer o mesmo caminho. Pegar um avião ou uma estrada congestionada num feriado é hipótese fora de cogitação.
Outra característica da agorafobia é que, uma vez estabelecida, não constitui uma fase passageira da doença e não se cura sozinha. Além disso, as crises não desaparecem com a idade. Começam quando a pessoa é jovem e se manifestam até a idade madura.

Evolução
O paciente típico é uma mulher, mas a doença também pode ocorrer com evolução e sintomas idênticos nos homens. Essa freqüência maior no sexo feminino é atribuída à sensibilização das estruturas cerebrais pela flutuação hormonal, visto que a incidência do pânico aumenta no período fértil da vida.
Geralmente, depois da primeira crise, ocorrem outras – duas a quatro por semana – que vêm e passam. A partir de então, num período que se estende de um até cinco anos, uma série de conseqüências começa a manifestar-se. A pessoa tranqüila de antes se torna tensa por dois motivos especiais: a expectativa da próxima e inesperada crise e, paradoxalmente, porque a tensão protege contra o pânico. Se antes possuía uma personalidade relaxada e autoconfiante, fica insegura e leva uma vida mais restrita por causa da agorafobia que pode se instalar.

Diagnóstico
É fundamental verificar se o quadro do pânico é secundário a outras patologias. O hipertireoidismo, por exemplo, pode provocar sintomas muito parecidos com os das crises de pânico.
Uma vez afastadas essas possibilidades, é relativamente simples firmar o diagnóstico clínico do transtorno do pânico. Os sintomas são muito claros. Deve-se, ainda, tentar fazer uma análise funcional para estabelecer as limitações que a doença acarretou a fim de estimular uma melhora na qualidade de vida do paciente.

Tratamento
Consiste em combinar os medicamentos e terapia comportamental. É mais eficiente, segundo o Dr. Márcio Bernik, pois é muito penoso para o paciente adotar um programa comportamental baseado na exposição a situações que provocam pânico, sistematicamente, de forma gradual e progressiva, até que ocorra a dessensibilização (tratamento que visa a introdução de doses preventivas, experimentais e/ou curativas da doença).
A terapia de exposição baseia-se na capacidade de o ser humano habituar-se ao estresse. É como se assistisse a um filme de terror 15 vezes. Na primeira vez, os cabelos ficam em pé. Na segunda, como já sabe o que vai rolar e que vai espirrar sangue no teto, a reação é menos intensa. Na última, o filme não desperta mais nenhuma resposta emocional. Todavia, os pacientes aceitam melhor o tratamento e melhoram mais depressa se simultaneamente tomarem antidepressivos, medicação que se torna obrigatória para os 60% daqueles que têm depressão associada ao pânico.

Duração
Segundo o Dr. Márcio Bernik, deve ser mantido por seis meses no mínimo e idealmente por um ano. A melhora costuma ocorrer entre duas e quatro semanas, mas parece que as alterações biológicas demoram meses para desaparecer. Desse modo, se o tratamento for interrompido nos primeiros sinais de melhora, 80% dos pacientes vão sofrer recidiva (recaída na doença, quando já se entrava em convalescença) em quatro a seis semanas.
Com a sua experiência com pacientes com síndrome do pânico, ele lembra que um a cada três abandona o tratamento porque os efeitos colaterais aparecem no primeiro dia e a melhora, só duas ou três semanas depois. Há ainda a agravante de que as crises do pânico pioram nas primeiras 48 horas do tratamento com remédios. Ele procura manter os seus pacientes tomando remédio pelo menos por um ano, o tempo ideal para evitar uma recidiva precoce.
O pânico é mais recidivante do que a depressão. No entanto, o remédio que funcionou na primeira crise vai funcionar nas outras. De qualquer forma, é importante alertar os pacientes de que, em 80% dos casos, as crises podem voltar. Mas, se voltarem, os medicamentos serão os mesmos porque não induzem tolerância.

Atividade física e família

Além de fazer bem para todo o mundo porque é excelente para o condicionamento cardiovascular, o exercício físico provoca algumas sensações semelhantes às da síndrome do pânico. O Dr. Márcio lembra que é impossível fazer um exercício físico vigoroso sem sentir taquicardia, sudorese, perna bamba. Por isso, não se pode diagnosticar transtorno do pânico se os sintomas ocorrerem após atividade física extenuante.
Entretanto, experimentar essas sensações do pânico num contexto agradável, por exemplo, numa partida de vôlei ou num jogo de futebol, ajuda no processo de dessensibilização. Por isso, se não houver contra-indicações, exercícios físicos mais vigorosos representam uma forma de terapia de exposição às sensações internas que o pânico causa.
Como todas as doenças psiquiátricas, o pânico não dá pintas vermelhas no rosto como o sarampo nem febre alta. Por isso, é de importância fundamental a conscientização da família. O mal-estar que o paciente experimenta num congestionamento é muito diferente do desconforto que qualquer um possa sentir. Por outro lado, o excesso de compreensão pode favorecer a esquiva fóbica e a pessoa não sai mais de casa nem para ir à padaria. Na verdade, a agorafobia cresce com os bons cuidados. A família deve incentivar a atividade do doente, mostrando-lhe a importância  de continuar indo à escola, ir ao clube, ir trabalhar e não pedir demissão, o que será melhor para sua auto-estima. “Repouso é bom para gripe. Para doenças crônicas como depressão e pânico, que muitas vezes a pessoa carrega pela vida afora, o pior é ficar em casa repousando. O certo é levar a vida o mais normal possível apesar das dificuldades”, alerta o psiquiatra.
Lúcia Nascimento

Fontes: Site oficial Dr. Dráuzio Varella. Disponível em: . Acesso em: outubro 2005.
Instituto de Gestalt-terapia e atendimento familiar. Disponível em: . Acesso em: outubro 2005.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

SEXUALIDADE NORMAL E TRANSTORNOS SEXUAIS

Psicólogo e sexólogo Paulo Bonança. Copacabana Contato :(21) 2236-3899 e 99783-9766 






O comportamento sexual humano é diversificado e determinado por uma combinação de vários fatores tais como os relacionamentos do indivíduo com os outros, pelas próprias circunstâncias de vida e pela cultura na qual ele vive. Por isso é muito difícil conceituar o que é "normal" em termos da sexualidade.

O que se pode afirmar em relação a isso é que a normalidade sexual está relacionada ao fato da sexualidade ser compartilhada de forma que o casal esteja de acordo com o que é feito, sem caráter destrutivo para o indivíduo ou para o parceiro e não afronta regras comuns da sociedade em que se vive.   



A anormalidade pode ser definida quando há uma fixação em determinada forma de sexualidade ou em determinada pessoa, ou ainda quando a pessoa não consegue desfrutar de outras formas de prazer. A anormalidade pode ser definida quando: Há uma fixação em determinada forma de sexualidade; A pessoa não consegue desfrutar de outras formas de prazer, como, por exemplo, no voyeurismo em que só consegue obter prazer ao masturbar-se, observando pessoas sem o consentimento delas; A pessoa não consegue ter relacionamento sexual com outras pessoas. 


O que deve ser lembrado é que a sexualidade humana envolve, além do ato sexual em si, outras atividades, como fantasias, pensamentos eróticos, carícias e masturbação. As fantasias sexuais são pensamentos representativos dos desejos sexuais mais ardentes de uma pessoa e tem a função de complementar e estimular a sexualidade, tanto da realização do ato sexual com um parceiro quanto da estimulação auto-erótica (masturbação). A masturbação também é componente normal da sexualidade, e consiste no toque de si mesmo, em áreas que dão prazer ao indivíduo (áreas erógenas), que incluem os genitais e/ou outras partes do corpo, com a finalidade de obter prazer. 


No ser humano, as sensações sexuais despertadas, seja por fantasias, por masturbação ou pelo ato sexual em si, ocorrem numa sucessão de fases que estão interligadas entre si, que são chamadas de as Fases da resposta sexual humana. Fases da resposta sexual humana: Desejo: Consiste numa fase em que fantasias, pensamentos eróticos, ou visualização da pessoa desejada despertam vontade de ter atividade sexual. Excitação: Fase de preparação para o ato sexual, desencadeada pelo desejo. Junto com sensações de prazer, surgem alterações corporais que são representadas basicamente no homem pela ereção (endurecimento do pênis) e na mulher pela lubrificação vaginal (sensação de estar intimamente molhada). Orgasmo: É o clímax de prazer sexual, sensação de prazer máximo, que ocorre após uma fase de crescente excitação. 

No homem, junto com o prazer, ocorre a sensação de não conseguir mais segurar a ejaculação, e então ela ocorre; e na mulher, ocorrem contrações da musculatura genital. Resolução: Consiste na sensação de relaxamento muscular e bem-estar geral que ocorre após o orgasmo que, para os homens em geral, associa-se ao seu período refratário (intervalo mínimo entre a obtenção de ereções). Na mulher, este período refratário não existe: ela pode, logo após o ato sexual ter novamente desejo, excitação e novo orgasmo, não necessitando esperar um tempo para que isso ocorra novamente. DISFUNÇÕES OU TRANSTORNOS SEXUAIS Disfunções ou transtornos sexuais são problemas que ocorrem em alguma das fases da resposta sexual humana. Disfunções Sexuais Femininas Na mulher, as disfunções sexuais mais comuns são: as inibições do desejo sexual, a anorgasmia, o vaginismo e a dispareunia. 

As inibições do desejo sexual ou transtorno do desejo sexual hipoativo, constituem a falta ou diminuição da motivação para a busca de sexo, ou seja, a pessoa não tem vontade de manter relações sexuais. Isso ocorre mais comumente devido a: problemas no casamento (brigas, desentendimentos quanto ao que cada um espera do relacionamento) falta de intimidade dificuldades de comunicação entre o casal, ou ainda, devido a tabus sobre a própria sexualidade, como, por exemplo, associações de sexo com pecado, com desobediência ou com punições Inibições decorrentes de traumas sexuais (abuso sexual, estupro) doenças, a problemas hormonais e ao uso de certas drogas e remédios.

  O diagnóstico pode ser feito por médico clínico, ginecologista, psiquiatra ou psicólogo, através das queixas apresentadas pela paciente; dependendo das queixas, pode ser necessária a realização de exames, para se descobrir a origem da falta de desejo. O tratamento se faz de acordo com a causa. Quando houver problemas clínicos (doenças), a paciente deve ser encaminhada para um especialista, quando necessário (por exemplo, um endocrinologista quando houver problemas hormonais), sendo que cada tipo de diagnóstico vai requerer um tipo específico de tratamento. Entretanto, a maioria dos casos deve-se a problemas psicológicos ou problemas no relacionamento do casal, e esses deverão ser tratados por psicólogo ou psiquiatra, tentando descobrir as causas, compreendê-las e resolvê-las.

 A anorgasmia ou disfunção orgásmica é a falta de sensação de orgasmo na relação sexual. Pode ser primária, quando a mulher nunca teve orgasmo na vida, ou secundária, quando tinha orgasmos e passou a não tê-los mais. Ainda pode ser classificada em absoluta, quando a anorgasmia ocorre sempre, e situacional quando ocorre só em certas situações (por exemplo, em certos locais em que a pessoa não se sente confortável, ou com parceiro com o qual tenha algum tipo de conflito). A mulher com anorgasmia pode aproveitar plenamente das outras fases do ato sexual, isto é, tem desejo, aproveita as carícias e se excita, porém algo a bloqueia no momento do orgasmo.

  As causas da anorgasmia são principalmente psicológicas, envolvendo problemas nos relacionamentos interpessoais, conflitos a respeito da sexualidade, falta de conhecimento do próprio corpo e sensações, dificuldade na intimidade e comunicação do casal em assuntos sobre sexo. Problemas clínicos também podem causar anorgasmia, por exemplo, acidentes que atingem a medula espinhal, alterações hormonais, corrimentos vaginais freqüentes ou ainda anormalidades na forma da vagina, do útero ou dos músculos que formam a região pélvica (região onde se situam os órgãos genitais). O vaginismo é uma contração inconsciente, não desejada, da musculatura da vagina, que ocorre quando a pessoa imagina que possa vir a ter um ato sexual. Essa contração atrapalha ou impede a introdução do pênis, a qual, se for tentada causará muita dor, sendo que na maioria das vezes o casal não consegue ter ato sexual com penetração. Pode ser conseqüência de uma educação rígida que provocou muitos tabus sexuais gerando conflitos psicológicos, conseqüência de traumas sexuais (estupro ou abuso sexual) ou de experiências sexuais anteriores que tenham causado sofrimento físico.

 O diagnóstico é feito em geral pelo ginecologista, através do relato da paciente e também pelo exame ginecológico. O tratamento consiste em identificar e tentar modificar a causa do vaginismo. 

Esse tipo de tratamento é feito por ginecologistas ou terapeutas sexuais, e consiste na realização de exercícios genitais com a intenção de conseguir o relaxamento da pessoa, tentando evitar que ocorra a contração no momento do ato sexual e no entendimento das causas psicológicas associadas. Esse tipo de tratamento é feito por ginecologistas ou terapeutas sexuais, e consiste: No entendimento das causas psicológicas Na realização de exercícios genitais com a intenção de conseguir o relaxamento da pessoa, tentando evitar que ocorra a contração no momento do ato sexual. A dispareunia é a dor genital que ocorre repetidamente antes, durante ou após o ato sexual. 

As causas mais comuns são doenças ginecológicas (tipo corrimento vaginal ou alterações no formato da vagina) ou contração da musculatura vaginal durante o ato sexual, devido a conflitos psicológicos relativos à sexualidade. O diagnóstico em geral é feito pelo ginecologista, também se faz pela análise das queixas da paciente e do exame ginecológico e o tratamento será de acordo com a causa, isto é, tratamento para a doença diagnosticada, feito em geral pelo próprio ginecologista ou tratamento com psicólogos ou psiquiatras, quando o problema for decorrente de conflitos psicológicos. Disfunções Sexuais Masculinas As disfunções sexuais masculinas mais comuns são: a disfunção erétil (impotência) e a ejaculação precoce. A disfunção erétil conhecida como impotência, consiste na incapacidade em obter ou manter uma ereção que permita manter uma relação sexual, ou seja, o homem não consegue que seu pênis fique e permaneça duro e assim consiga ter relação sexual com penetração. 

As causas mais comuns são: Doenças como diabetes, pressão alta, colesterol alto Traumas ou acidentes envolvendo a medula espinhal ou o próprio pênis O fumo, uso de drogas e alguns medicamentos (principalmente aqueles usados para tratamento de problemas do coração) Abuso de álcool Causas psicológicas (medos ou tabus em relação à sexualidade) O paciente poderá ser encaminhado ao urologista (especialista que trata esses casos), onde certos exames podem ser feitos para descobrir a causa da impotência. O tratamento dependerá da causa. 

Para alguns casos de impotência existem medicamentos ou injeções intrapenianas, que deverão ser usados apenas com prescrição médica, pois são indicados para casos específicos. Próteses penianas ficariam como última opção, pois uma vez colocadas não há como retirá-las, e são indicadas apenas quando nenhuma outra opção funcionou. É importante lembrar que muitas vezes fatores psicológicos podem causar disfunção erétil. Conversar sobre esses conflitos internos com psicólogo ou psiquiatra podem resolver o problema sem ser necessário outros tipos de tratamento. 

A ejaculação precoce acontece quando o homem não tem controle sobre sua ejaculação, não conseguindo segurá-la até o final do ato sexual, o que leva a uma redução na sensação de prazer. Assim, a ejaculação pode ocorrer logo que o homem tem pensamentos eróticos e ereção, sem nem ocorrer a penetração, ou ainda logo após haver a penetração. A ejaculação precoce pode ser decorrente de causas físicas (doenças, traumatismos) ou mais comumente de problemas psicológicos.

 Quando o homem nunca teve controle ejaculatório, o mais comum é que seja por causas psicológicas (como ansiedade, primeiras experiências sexuais tensas ou ainda dificuldades no relacionamento do casal). Mas quando o homem tinha controle ejaculatório e passou a não ter mais, é necessário fazer exames com um urologista e neurologista, pois mais provavelmente a causa do problema é física.

 O tratamento depende da causa: tratamentos específicos para as doenças encontradas ou lesões diagnosticadas, feitos pelo urologista ou neurologista; ou psicoterapia (tratamento psicológico) para os problemas psicológicos, com psicólogo ou psiquiatra. Colaboradoras Dra. Alice Sibile Koch Dra. Dayane Diomário da Rosa Fonte: http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?388 Leia Mais: SEXUALIDADE NORMAL E TRANSTORNOS SEXUAIS - ABC da Saúde http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?388#ixzz2srtyAWqE (c) Copyright 2001-2013 - ABC da Saúde Informações Médicas Ltda Follow us: @abcdasaude on Twitter | ABCdaSaude on Facebook

terça-feira, 11 de agosto de 2015

O que é terapia sexual?

A Terapia Sexual existe para trabalhar as dificuldades sexuais, e os psicoterapeutas sexuais são também chamados de sexólogos. A sexualidade humana, configura-se como uma das áreas mais intimas do individuo, e deve ser tratada com respeito, profissionalismo e ética.

   
 A maior parte dos distúrbios sexuais não se deve a traumas psíquicos profundos, mas a desajustamentos causados por desinformação e crises - ás vezes passageiras- de convivência. 

    Antes, as disfunções sexuais eram consideradas manifestações de séria psicopatologia e encaradas com pessimismo terapêutico. A evidência, hoje, sugere que as dificuldades sexuais, embora possam, naturalmente, ser manifestações de profundo distúrbio emocional, não se apresentam invariavelmente assim, ocorrendo também comumente em pessoas com perfeito funcionamento em outras áreas, sem demonstrarem  nenhum sintoma psicológico.

    Em muitos casos as disfunções sexuais têm  suas raízes em problemas mais imediatos e mais simples que, até recentemente, eram ignorados, tais como a antecipação de deficiência para a função, exigências reais ou imaginárias para a execução do ato sexual, medo da recusa ou humilhação pelo parceiro e medo das DST'S, dentre outros.
    Muitos pacientes com dificuldades sexuais respondem rapidamente e favoravelmente aos métodos de tratamento destinados a modificar tais obstáculos imediatos ao funcionamento sexual.

     A terapia do sexo difere-se das formas tradicionais de tratamento de dois modos: primeiro, os objetivos da terapia sexual são limitados essencialmente ao alívio da dificuldade sexual do paciente; segundo, a terapia do sexo distingue-se pelo emprego de tarefas sexuais e de comunicação, como partes integrantes do tratamento.

    Entretanto, no curso da terapia sexual, os conflitos intrapsíquicos e transacionais são quase invariavelmente tratados em alguma extensão. Na realidade, a cura da dificuldade sexual é geralmente impossível sem tal intervenção.

    O uso das experiências sexuais estruturadas, sistematicamente integrado ao conjunto das sessões terapêuticas, é a principal inovação e o característico distintivo da terapia do sexo. 

    O terapeuta sexual esta preparado para ajudar o cliente a solucionar  dificuldades envolvendo problemas sexuais, como: impotencia (disfunção erétil); ejaculação sem controle; falta de   orgasmo (anorgasmia); problemas de incompatibilidade sexual do casal ou de parceiros; falta de vontade para o sexo; compulsão sexual, entre outros. 
Bibliografia: A Nova terapia sexual, Kaplan, H. S.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Psicólogo sexólogo Paulo Bonança; Entrevista a Jornais

Entrevista a Jornais

Psicólogo sexólogo Paulo Bonança; Entrevista a Jornais




















Materia do Jornal Oglobo
Integra das 5 perguntas  respondidas pelo psicólogo e sexólogo Paulo Bonança
Titulo da matéria: 50 respostas sobre sexo que podem mudar sua vida na cama:

"Meu namorado não deve saber que tenho um vibrador"
Vibrador: objeto fálico que se configura como um dos melhores parceiros sexuais das mulheres. São grandes, potentes, satisfazem todo tipo de fantasia,  sempre dispostos a ação, disponíveis em qualquer casa do ramo, e felizmente não ejaculam precocemente. São verdadeiros atletas sexuais, de grande utilidade para  mulheres insatisfeitas sexualmente, e é claro, esta mulher insatisfeita nunca é  minha namorada. 

"Ele não vai entender se eu pedir que compre revistas de homens nus"
Mulheres: nós homens somos competitivos desde pequenos, nos ensinam a sê-lo, nunca brincamos de trocar fralda de bebe, nós jogamos futebol “coisa de macho, entende?”,  nos reunimos em bando uns contra outros, disputamos quem urina e ejacula mais longe, quem tem o pé e  pênis maior, enfim, aqui tamanho é documento, e a rivalidade impera. Mas jogamos limpo, competimos olho no olho e não foto por foto. Portanto, não me assuste com revistas de homens musculosos e bem dotados, já bastam os de carne e osso que enfrento no  dia a dia. Obs: se eu ceder, você me inclui entre  eles?

 "É melhor fingir orgasmo que deixa-lo frustrado"
Ao fingir o orgasmo a mulher  limita seu prazer, mente para ela mesma, não se reconhece como “sujeito de desejo e direitos”, perde a oportunidade de ser autêntica com suas necessidades e estabelece uma relação de desigualdade. O silêncio estabelece a noção de que tudo está bem, assume o papel da mulher/mãe protetora e compreensiva, mas a largo prazo pode se tornar vítima de seu orgasmo fingido. O companheiro que não a leva ao orgasmo hoje, pode não levá-la amanhã. Vale a pena arriscar?

"Todo homem gosta de comandar a transa"
Homens ... conhecedores dos segredos mais profundos do corpo e da alma feminina, aquele que com perfeição guia a mulher  pelo mapa do  prazer, do erotismo e da sedução. Salve os homens! Triste o destino dos homens, daquele que tudo sabe e tudo pode,  que conhece sem nunca ter aprendido, que aceita com resignação o pesado fardo de “comandar a transa”, de levar até o fim a farsa do “nasci sabendo”,  de ser competente, “expert” por natureza na arte de se responsabilizar pelo prazer alheio.

 " Se eu pedir que ele use uma fantasia vai achar que sou pervertida".
Uma das características inerentes ao ser humano é a capacidade de fantasiar, de buscar através da “teatralizaçâo” de uma situação a satisfação de um desejo. Atuar uma fantasia não nos coloca na situação de “perversos ou ridículos”, é o legítimo direito de buscar e alcançar  prazer sexual , sair da rotina, da monotonia, compartilhar com o parceiro a intimidade do seu mundo interno. Infelizmente as pessoas se inibem frente a esta possibilidade, se reprimem por medo de não serem compreendidas.
Jornal O GLOBO, REVISTA Nª 92 , 30 Abril 2006
Psicólogo e Sexólogo Paulo Bonança C.R.P. 05.30190


Materia do Jornal O Dia
Participação Paulo Bonança, psicólogo e sexólogo
A excitação e o prazer feminino
Rio - Saber o que excita a mulher na Hora H é o desejo de todo homem. E a resposta pode ser mais ampla do que acredita o Clube do Bolinha. Quer uma dica? Aposte nos filmes. Especialistas garantem que as mulheres respondem tanto quanto os homens aos estímulos visuais e, por isso, cenas românticas e eróticas podem ser uma boa arma para esquentar ainda mais o relacionamento.
É o caso da modelo e atriz Rhavine Chrispim, que interpreta a personagem Bárbara do programa pornô-soft ‘As Pegadoras’, do canal Multishow. “Aquele papo de que revistas, filmes e Internet são apenas excitação para homens, mudou. As mulheres do século 21 adoram assistir a uma boa cena erótica antes do sexo”, afirma. A bióloga Fabiana Avellar, 38 anos, concorda. “O filme pornô é direto demais, ou seja, muito óbvio para a mulher. O ideal é ver filmes em que aparece mais a fantasia com o sexo do que o ato em si”, sugere.
O psicólogo e sexólogo Paulo Bonança explica que a grande vantagem da mulher em relação ao homem é a flexibilidade para se interessar por uma novidade visual. “As mulheres são mais versáteis do que os homens. Elas respondem a estímulos sexuais diversos, sejam filmes, fotos, sons ou até mesmo sonhos. Elas sempre desejaram ter mais prazer, especialmente com filmes, mas não admitiam devido à repressão social interna e externa”, diz.
Pesquisa recente da Universidade Queen, do Canadá, mostra que a excitação feminina ocorre com mais variedades de cenas do que a do homem. O estudo reuniu 47 mulheres e 44 homens. Todos viram oito filmes curtos sobre sexo, enquanto seus órgãos genitais eram monitorados por sensores que mediam a ereção masculina e a lubrificação feminina. Foi constatado que mulheres se estimulam com uma gama muito variada de cenas. O estudo sugere que elas são mais flexíveis do que os homens em sua capacidade de se interessar. O universo sexual é rico.
Segundo o sexólogo Amaury Mendes Júnior, para os homens a excitação é voltada para algo específico: manter a ereção. Para as mulheres, o processo é muito mais diversificado. “O resultado, na prática, é que a mulher, se bem estimulada, pode ser capaz de ter vários orgasmos, enquanto o homem tem uma fase mais curta de estímulos sexuais”, afirma.
Artigo publicado Jornal o Dia, em 15.03.2009 Rio de Janeiro
Psicólogo e Sexólogo Paulo Bonança C.R.P. 05.30190


Materia do Jornal do Brasil
Participação: Psicólogo e sexólogo Paulo Bonança
Barebacking' cresce no Brasil e torna-se caso de saúde públical 

RIO - “Procuram-se HIVs”. Impresso em um caderno de classificados dos jornais das grandes metrópoles, o anúncio não passaria despercebido. Do ponto de vista conceitual, HIV é uma sigla que desperta interesse e hostilidade, fascínio e medo, compaixão e ódio. Estigmatizada até então como o acrônimo da morte, ela vem ganhando novos contornos etimológicos devido a um grupo de homens que praticam sexo com homens (os HSH), absolutamente crentes na teoria de que o vírus da Aids, se contraído numa relação sexual, pode trazer benefícios para seu cotidiano, libertando-o, de uma vez por todas, do uso do preservativo, aumentando o prazer, proporcionado uma liberdade só experimentada no auge da revolução sexual, na década de 70.

A teoria foi posta em prática. E tem nome: "barebacking" (derivado da palavra barebackers, usada em rodeios para designar os caubóis que montam a cavalo sem sela ou a pêlo). O termo ficou conhecido internacionalmente como uma gíria para o sexo sem camisinha, praticado de preferência em grupo, em festas fechadas, por homens sorodiscordantes (HIVs positivos e negativos).

“Coisa de macho”, garantem os adeptos. O movimento cresce no Brasil, de forma assustadora, e tornou-se uma questão de saúde pública e motivo de preocupação social. O Jornal do Brasil teve passe livre em dois desses encontros, batizados de bare party (festa bare).

É a primeira vez que um veículo de comunicação ingressa em reuniões nas quais o leitmotiv, ou fetiche, é praticar sexo com pessoas desconhecidas, que possam, acima de tudo, ser soropositivas. Às cegas, todos são guiados apenas pelo que sentem. E, para facilitar a comunicação, criaram um vocabulário próprio.

Festa da conversão :
As orgias são chamadas de conversion parties ou roleta-russa. Entre os convidados, há os bug chasers (caçadores de vírus), o HIV negativo, que se lança ao sexo sem camisinha, e os gift givers (presenteadores) , os soropositivos que se dispõem a contaminar um negativo. São esses os responsáveis por entregar o gift (presente), o vírus. Quem participa de encontros bare confirma: o prazer sem barreiras é o que importa. Quanto à Aids, eles não encaram mais a doença como mortal, porém crônica, com tratamento à base do coquetel. A contaminação, portanto, elimina o medo e apresenta uma perspectiva futura da naturalidade do contato pleno.
– Sou um barebacker assumido – dispara R. H., 31 anos, geógrafo e cientista social, com pós-graduação nas duas áreas.
– Eu odeio camisinha. Acho uma m... É terrível interromper o sexo para colocá-la. Acaba com o meu prazer. No mais, o bare, para mim, é um fetiche. Eu gosto, apesar de ter contraído o vírus da Aids numa festa. Mesmo assim, faria tudo de novo. Não me arrependo.
A declaração aterroriza, preocupa. E só mesmo ingressando no singular mundo dos barebackers para comprovar o que depoimentos, documentários, teses, livros e outros elementos que abordam o tema tentam desvendar ou explicar. Na maioria das vezes, não conseguem. O que se testemunha numa festa bare está além da imaginação humana, supera os delírios e o surrealismo de Fellini em obras como Satyricon, ultrapassa a sordidez e o ceticismo pasoliniano em Saló ou 120 dias de Sodoma. Não há limites. De verdade.

A constatação pôde ser feita em encontros programados para homens de grupos sociais distintos. Na Ipanema da bossa nova, de gente chique “pulverizada” de Dior, Prada, Gucci, Kenzo, Gaultier e Armani, a reunião começa às 22h num casarão de uma das mais movimentadas e conhecidas ruas do bairro.

A mansão, de três andares, é fechada especialmente para a ocasião. O décor é sofisticado. No primeiro pavimento, paredes brancas contrastam com sofás vermelhos. TVs de plasma 42' exibem clipes de Madonna, Beyoncé, Cher, Christina Aguilera ou filmes com astros e estrelas de Hollywood. As luminárias brancas rebatem a luz dicróica contra a parede, gerando clima de aconchego, e o bar, com bebidas importadas em sua maioria, está sempre livre. Ninguém fica sobre balcão. Não há tumulto. Claro, é uma festa para pessoas escolhidas a dedo, para poucos, no máximo 60 convidados, informados por e-mail.

Há regras, e elas são claras. É condição sine qua non ficar nu ou no, máximo, com uma toalha (cedida pela produção do evento) amarrada na cintura. Quem se recusa é convidado a se retirar. Outra exigência: o sexo tem de ser praticado nos ambientes comuns de convivência. Ou seja, nada de se trancar em banheiro, em cozinha, em quarto. Ali, todos estão para ver e serem vistos. E o ritual começa na entrada, quando os participantes tiram a roupa e guardam as peças em um armário, trancado com chave numerada. O funcionamento é semelhante ao de termas, masculinas ou femininas.

 
A medida, na verdade, serve para evitar a circulação com dinheiro e cartões de crédito. É precaução. Os que desejam consumir bebidas ou aperitivos, apenas transmitem ao barman o número assinalado na chave. Os itens são lançados no computador e, no fim da festa, a conta é paga no caixa. O mecanismo lembra o adotado por boates e bares do eixo Rio–São Paulo, com suas tradicionais cartelas de consumação mínima. Só que numa festa bare, a bebida ajuda, os petiscos “fortalecem”, mas não são peças-chave para o divertimento.

Circulando pelos outros andares, a prova: na sala de vídeo, um jovem de cerca de 20 anos se entrega ao prazer, cercado por três homens. Nenhum deles usa preservativo. A cena é chocante. O rodízio de papéis, durante o ato sexual, é comum nessas festas. Faz parte do jogo. O quarteto não frustra as expectativas dos voyeurs reunidos na porta da sala. Como “astros do sexo”, diante de câmeras e de uma equipe de produção, atuam com vontade em uma performance longa, nada convencional, sem limites. Quem se propõe a ficar sob os holofotes sabe o risco que corre.
Mas é a sensação de perceber a adrenalina disparar e o coração bater aceleradamente devido ao unsafe sex (sexo inseguro) sem pudores e em público que os impulsiona. Um deles podia ser gift giver e os outros bug chasers. Ou vice-versa. A probabilidade de o gift (o vírus) estar ali, entre eles, era grande. Ninguém se importava. Quando terminou a primeira das muitas rodadas de sexo, o boy toy lover (brinquedo sexual) do trio foi jogar paciência em um dos quatro computadores, com internet liberada, instalados no segundo andar.

– As pessoas perdem a noção do perigo em busca do prazer – explica Jorge Eurico Ribeiro, 40 anos, coordenador de Estudos Clínicos da Fiocruz. – E o conceito de barebacking se perdeu. Originária da Califórnia, a proposta é a de festas em que um ou mais participantes, sabidamente positivos, são convocados por um produtor para praticar sexo com os convidados sem o uso de preservativos. Todos têm ciência de que, na reunião, há portadores de HIV. O fetiche consiste exatamente na possibilidade de contrair ou não o vírus. Só que, atualmente, há quem acredite que as festas bare são simplesmente um evento para o sexo sem camisinha com participantes negativos, o que é um grande equívoco. Ribeiro analisa que os barebackers que não apresentam o raciocínio da conversão imaginam, de fato, que, uma vez soronegativos, se limitarem seus relacionamentos com pessoas igualmente soronegativas, estarão fora do risco. Definitivamente não estão.

Há o espaço de tempo de variável (conhecido como janela imunológica) em que um indivíduo já contaminado pelo HIV pode ter resultados de exames laboratoriais de soronegatividade, ou seja, resultados falso-negativos. Testes HIV não são tão matemáticos como se supõe. No Brasil, o obscuro universo do barebacking é pouco discutido publicamente por especialistas em sexualidade humana. Ainda não há estudo com precisão estatística sobre o número de praticantes, independente de orientação sexual. No entanto, os relatórios do Ministério da Saúde com dados de infectados pelo HIV, de 1980 a junho de 2008, dão a pista.
Os casos acumulados de Aids no país nesse período foram 506.499. Desses, 333.485 (66%) são homens e 172.995 (34%), mulheres. Em 2007, registraram- se 33.689 novos portadores. Homo, bi ou hetero, todos praticaram sexo sem camisinha. A irresponsabilidade tem preço. E alto. Dos cofres públicos do governo federal saem cerca de R$ 1 bilhão por ano para tratamento exclusivo de soropositivos. Um paciente consome de R$ 5.300 a R$ 26.700 por ano. Cerca de 20 mil pessoas infectadas iniciam tratamento com anti-retrovirais no país, anualmente.
– Sinceramente, não me preocupo com essa questão e nem me sinto culpado. Não estou nem aí em ser um ônus para o governo – enfatiza R. H.

O Federal Health Research (centro de pesquisas de saúde), órgão governamental americano, divulgou recentemente a informação de que muitos homens com comportamento homossexual, bem como agentes de prevenção contra o HIV, confirmaram que a prática de sexo inseguro está se tornando cada vez mais comum. Um estudo com 554 homens assumidamente homo ou bissexuais, residentes na Califórnia, apontou que 70% estavam familiarizados com o termo barebacking e que 14% já o haviam praticado, muitos em relacionamentos extraconjugais. De acordo com a pesquisa, dos homens HIV positivos que participaram do estudo, 22% declararam ser barebackers e 10% dos negativos também tinham feito sexo inseguro nos últimos dois anos. Não há informações sobre qual o número de pessoas em geral (homo, bi ou hetero) que pratica sexo inseguro nem sobre que motivos as levariam à auto-exposição.

Interesse dos jovens
Nas principais metrópoles, o fenômeno tem chamado a atenção de jovens. Comunidades sobre o tema se espalham por sites de relacionamento como o Orkut. No Rio e em São Paulo, a adesão ganha força. Na indústria pornô, os filmes bare são os mais procurados. No YouTube, as postagens com cenas de sexo sem o uso de preservativos lideram o ranking das mais assistidas. Muitos dos que não praticam ou não têm coragem para fazê-lo buscam o prazer lançando mão de DVDs ou de vídeos na internet. O conceito de barebacking se dissemina.
– Colocar-se frente à possibilidade de contágio do HIV por meio do barebacking traz motivações psicológicas que podem ir do sadismo ao masoquismo. A possibilidade de uma relação sexual mais livre, com maior contato íntimo e afetivo pode estar encobrindo um caráter suicida – avalia Paulo Bonança, sexólogo e psicólogo, membro da Sociedade Brasileira de Estudos da Sexualidade Humana e da Associação Brasileira para o Estudo da Inadequação Sexual.

Risco assumido:
HIV positivo, o administrador T.W., 45 anos, ratifica a análise de Bonança. Para ele, os adeptos do movimento sabem os riscos da superexposição e, alguns, ressalta, desejam o contágio conscientemente:
– Quem pratica sexo sem preservativo não pode ser considerado ingênuo. Tenho um amigo casado com soropositivo. Ele pediu ao parceiro que o contaminasse. Disse que era por solidariedade, mas acho que é masoquismo.
As observações de Bonança e T.W. foram comprovadas pelo JB em outra festa com a mesma proposta. Dessa vez, na Zona Oeste, a mais de 60 km da reunião em Ipanema. O encontro, realizado mensalmente em um sítio, é batizado de Vale Tudo e está em sua 17ª edição. De sunga, de cueca ou nus, exigência para entrar, os participantes se divertem ao som de funk.

Dos inocentes à la Perlla aos proibidões, compostos pela “galera da comunidade”. Agora não há TVs de plasma, luz ambiente, bebidas ou petiscos sofisticados. Computador? Nem pensar. É uma zona praticamente rural. O bar improvisado oferece cerveja em latão, sopa de ervilha, salsichão na brasa, batata frita na hora e campari. O sexo, claro, também é praticado sem timidez.

Na varanda do casarão, na sala, nos quartos, na piscina, na grama. O produtor avisa, na entrada, que os preservativos estão disponíveis. Percebe-se o zelo pela prevenção. A maioria, no entanto, dispensa, sobretudo em se tratando de sexo oral.

As situações são muito parecidas com as da festa na Zona Sul. Geralmente, dois dão o sinal verde e, em poucos instantes, como num formigueiro, três, quatro, cinco ou dez estão reunidos em busca do prazer. Há um ano e meio, Igor (codinome de J.C., 42 anos, professor dos ensinos fundamental e médio) produz em sociedade com Renato (A.F, 40 anos, militar), a Vale Tudo. Garante que o encontro não incentiva o bare, é freqüentado só por maiores e que o uso de drogas é proibido. Esses são dois de cerca de 20 itens de uma espécie de manual enviado por e-mail aos convidados. Ainda está registrado na mensagem:
- Sexo liberal entre todos. A formação de casais ou grupinhos é censurada. Estamos numa orgia e não num consultório matrimonial.

– Menor, cocaína, ecstasy, crack, maconha ou qualquer outra droga são vetadas. Mas sempre há os que usam discretamente. Como posso controla